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O que você acha de passar 90 dias em um lugar paradisíaco e retirado, para um encontro com a natureza e o seu eu interior? Foi exatamente isso que o casal jaraguaense Danusa Araújo e Luís Fernando Leier fez.
Em 2017, eles passaram 3 meses em profunda imersão em uma ecovila na Bahia, chamada comunidade Inkiri Piracanga. Essa foi a segunda imersão deles juntos, pois já haviam passado um mês no local em 2016.
Hoje, eles trazem muito dessa experiência para a rotina, trabalhando em Jaraguá do Sul com práticas de reconexão como meditação, yoga, respiração de renascimento e alimentação consciente – serviços oferecidos em um espaço criado por eles que integram demais profissionais.
Por que uma ecovila?
Desapegar, arriscar uma mudança de vida, praticar a simplicidade e o autoconhecimento. Piracanga é uma comunidade que pode ser considerada um paraíso compartilhado e que reúne pessoas que querem mudar de vida.
Lá, sustentabilidade está em tudo. A energia elétrica é gerada a partir da captação solar e à noite, a luz da Lua ilumina a pequena vila. Os alimentos são todos naturais e os produtos utilizados, biodegradáveis, para garantir o respeito com a natureza.
Para chegar lá foi uma viagem de quase um dia. Danusa e Nando chegaram ao aeroporto da cidade baiana de Ilhéus, onde uma Kombi os esperava para uma viagem de mais duas horas para Itacaré.
Depois, entraram em uma 4×4 para mais 40 minutos de estrada. Na comunidade, eles se hospedaram na residência de um casal de amigos que vivia no local com a filha.
Os primeiros dias
Foi só chegar que as boas experiências começaram a surgir. Existem muitos workshops e formações acontecendo no local.
Em 2016, Luís Fernando participou de um Seminário de Renascimento como instrutor auxiliar da técnica respiração de renascimento e em seguida começou a atuar com sessões individuais.
Aos poucos os dois foram entrando na rotina de Piracanga.
“Às 6h tinha prática de Yoga, fui algumas vezes, e poder iniciar o dia assim vendo o sol nascer não tem preço!”, conta Danusa.
Ainda cedinho também tinha a Meditação da Rosas, uma prática muito poderosa de limpeza espiritual. Depois disso, tinha o café da manhã e às 8h30 eles não perdiam a Meditação Sonora. Esta última é uma prática de som e silêncio, guiada por músicos.
A cozinha? Estava sempre à disposição de quem ama esta arte. Os ingredientes disponíveis são todos vindos da natureza, como frutas e verduras. Além disso, três vezes por semana acontece uma feira onde todos podem comprar tudo fresquinho, também tendo acesso a um empório para adquirir alimentos integrais e secos.
“Passei a fazer doces para vender na feira e, um dia sai com a Maria Clara, para vender nas casas. Foi engraçado, pois eu não conhecia quase ninguém e ela, alegremente – e sem bater na ‘porta’ -, entrava oferecendo os produtos”, conta Danusa, que foi acompanhada pela filha do casal de amigos.
Ela explica que a maioria das casas é aberta, sem portas ou muros. Uma pequena amostra da liberdade que se vive por lá.
Além disso, ela também deu aulas de Kundalini Yoga no Espaço Cultural das Rosas e ministrou duas oficinas de sobremesas saudáveis.
Já em 2017, quando eles passaram os meses na ecovila, a missão era servir e trabalhar na Escola de Renascimento fundada no local por amigos.
“Era uma imersão de 3 meses e os participantes moravam todos na mesma casa. Em torno de 18 pessoas, de vários lugares do Brasil e também havia uma alemã e um chileno. Eu e Luis Fernando porém morávamos em uma casa da ecovila”, comenta.
Danusa era responsável por preparar o almoço na casa dos participantes e também administrava as compras de frutas e verduras que chegavam duas vezes por semana, e demais ingredientes para o preparo dos alimentos.
No final do programa, ela também trabalhou na cozinha do refeitório da ecovila, onde pode aprender muitas receitas e melhorar no aproveitamento dos ingredientes.
Nesse período, Luís Fernando atuou como professor auxiliar de renascimento, o que permitiu um aprofundamento na técnica ena compreensão da natureza humana.
“Olhar para tantas histórias diferentes e reconhecer que todos nós temos emoções e sentimentos que precisam de cura o ajudou a desenvolver maior empatia com o sofrimento humano e reconhecer que todos merecem ser amados”, ressalta Luís Fernando.
Nos dias de folga, eles aproveitam para ir ao mar ou rio, participamos bastante das danças circulares que aconteciam lá todas as manhãs. Muitas amizades vieram na bagagem.
Vivendo coletivamente em harmonia
E se eles recomendam a viagem? Sim! Conhecer uma comunidade e ver como as pessoas vivem muito mais felizes e com muita saúde, quando alinhadas com sua verdade e propósito interior, é inspirador, segundo Danusa.
“Foi uma grande oportunidade de quebrar paradigmas e ver que realmente nós somos os criadores da nossa realidade, e portanto somos nós quem escolhemos, decidimos e criamos a vida que queremos viver”, complementa.
Nos 3 meses, os dois viveram sem muita coisa que é considerada indispensável, não tinha geladeira, chaves e carros, tudo era feito a pé.
Lá também se tem muita consciência com o destino de resíduos, sendo feita reciclagem e utilizado banheiro seco.
- Novos conhecimentos para a vida
Umas das coisas mais fortes que eles experimentaram, foi viver dentro dos 4 acordos que orientam as dinâmicas da comunidade Inkiri em Piracanga, e hoje procuram trazer para o dia a dia dos relacionamentos.
- Seja impecável com a palavra e fale a verdade o mais rápido possível;
- Não fazer suposições;
- Não levar nada para o lado pessoal;
- Sempre faça o melhor que você puder;
Como conheceram a ecovila
Quem já conhecia a comunidade era o Luís Fernando, que esteve lá em 2012. Na época estava passando uma situação de saúde bem difícil e recebeu a indicação de um amigo.
O chamado mais forte foi para uma imersão de autoconhecimento e cura. Ele foi para um retiro de 9 dias chamado Yoga, Música e Arte com o grupo Black Buda Namastê de São Paulo.
Em 2014, ele voltou como facilitador de workshop de mandalas dentro deste mesmo retiro e Danusa foi como acompanhante.
Foi então que um casal de amigos que morava em Blumenau criou a Escola de Renascimento Inkiri em Piracanga e, assim surgiu o convite para trabalharem – Nando como professor e Danusa como chef de cozinha. No fim, a inauguração da escola foi adiada, mas eles decidiram ir mesmo assim.
No ano seguinte, em 2017, quando a escola foi fundada, eles voltaram para a imersão de 3 meses.
“Para nós foi uma quebra de paradigma muito forte olhar com os próprios olhos uma realidade acontecendo de forma tão sustentável, bonita e feliz. Saímos de lá com gostinho de quero mais”, diz Danusa.
O que ficou
Três anos depois, Danusa ressalta que essa experiência trouxe muitos conhecimentos importantes para a rotina, mesmo de volta no meio urbano é possível manter as atitudes que ajudam a vida comunitária acontecer.
Uma experiência de 3 meses em um local que proporciona o autoconhecimento ajudou a ver com uma lente de aumento cada nuance do ser.
“Tudo é muito sutil, por isso a importância de estar sempre observando, meditando, ponderando. Todo pensamento , crença e ação tem um poder imensurável. Para que possamos criar a realidade que queremos é necessário estarmos atentos”, ressalta Danusa.
Um dos aprendizados foi a transparência, o falar a verdade o mais rápido possível para não deixar ruídos, seja entre sócios-parceiros-marido e esposa, bem como nosso público e parcerias.
“Acredito que trouxe muito mais responsabilidade, ficou mais claro como é importante estarmos em alerta quando vamos iniciar um novo projeto ,uma nova parceria e até mesmo o serviço que estamos oferecendo”, comenta. “Só conseguimos ofertar aquilo que já experienciamos, que já curamos de uma certa forma”.
- Entendendo um pouquinho mais sobre o lugar
O sonho Inkiri significa por em ação a materialização de um sonho muito antigo, o sonho de que a humanidade seja livre, feliz e viva em paz novamente neste planeta.
Experimentar viver este sonho dentro de Piracanga, inspira a ter fé em uma realidade diferente da que se conhece, mas totalmente possível, quando guiados por uma visão mais ampla sobre real natureza humana: a de que todos são irmãos.
É o que Danusa e Fernando trouxeram como orientação para as relações: se sentir feliz quando o outro também está.
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