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Pare para pensar: existe algo que você sente falta em Jaraguá do Sul? Ou melhor, existe algum lugar que você frequentava e não existe mais?
Pois é, como é difícil marcar na memória tudo que deixou de fazer parte de rotina da cidade para quem vive aqui faz um bom tempo.
Por isso, vamos levar vocês em uma viagem no tempo para a Jaraguá do Sul dos anos 70 e 80, uma cidade bem diferente da que vemos hoje em dia.
Era a época dos alfaiates, sapatarias e lanchonetes de sobrenome familiar, de uma Marechal que ainda não era Calçadão – com lojas e até bancos que ninguém mais lembra que existiam, casas que deram lugar a prédios e points que deixaram muita saudade.
Nesse clima de nostalgia, conversamos com Luiz Sérgio Pereira, proprietário da Engetec Imóveis, que há 30 anos acompanha o desenvolvimento imobiliário da cidade.
O Pereira fundou a empresa com outros sócios em 1986, e lembra de muitos fatos cotidianos daquela época. E garantimos: muitos ai vão suspirar ao rever e relembrar certos locais.
As baladas
O prédio ficava ao lado da atual Igreja Matriz São Sebastião. No coração de Jaraguá do Sul, o Salão Cristo Rei era um dos points dos jovens dos anos 70. O espaço foi inaugurado em 9 de maio de 1948.
No Salão rolavam festas com bandinhas, porém não aconteciam em todos os fins de semana como estamos acostumados atualmente. “A gente se reunia para dançar, o local tinha uma escadaria grande que vinha da Marechal”, relembra Luiz Sérgio.
Mas o local também chegou a receber missas, por exemplo. Em 1956, a Comunidade Católica iniciou a demolição da Igreja São Sebastião para dar lugar a uma nova edificação, e os atos religiosos passaram a ser realizados no Salão Cristo Rei.
O último evento foi um baile de despedida, realizado em 29 de julho de 1978.
Outros lugares que o Sr. Luiz Sérgio lembrou foi Salão Doering, Marrakesh e Caesar’s Club – conversamos com o figurão que tocou esse clube, confere a matéria.
- Quem foi na Marrakesh?
POr aqui, resgatamos algumas lebranças de quem fo nessa balada. Festa da Espuma! Quer uma banda que socava o lugar? Jackson e Cia., sempre! E ainda na lembrança: a Marrakesh tinha uma choperia na frente, e a balada nos fundos. Naquela época, a casa já tinha ambiente refrigerado… Dizem as línguas que era uma das três melhores de Santa Catarina. Abaixo, a única foto que encontramos dela até hoje. Quem tiver fotos, por favor, manda pra gente!
Os clubes
Sabia que o Baependi ficava no Czerniewicz?
A história do Clube é antiga, começando em 1906. Mas é em 31 de março de 1947 que ocorre a fusão da Associação Atlética Baependi com o Clube Jaraguaense, antiga Sociedade Atiradores Jaraguá. A partir dessa data é que a entidade denomina-se Clube Atlético Baependi.
Mesmo com uma história antiga, muitos têm referência do Clube apenas na Rua Augusto Mielke, porém o local nem sempre foi ali. O espaço já esteve localizado ao lado da Scar e era considerado um centro de grandes eventos. A antiga sede foi construída em 1927, sendo demolida em 1977.
Bailes (principalmente de debutantes), festas, desfiles e competições de beleza. Os palcos do Clube já abrigaram muitas ocasiões como essas.
“Pessoas de toda a região, inclusive cidades como São Bento e Joinville vinham prestigiar as festas. Todos os grandes bailes aconteciam lá, as datas eram muito aguardadas pela comunidade”, conta Luiz.
Lojas
Quem chegou a comprar algo na Hermes Macedo?
Uma das maiores varejistas do Brasil, a loja Hermes Macedo deixou saudades por aqui. Com sede em Curitiba, em 1960 começa sua expansão para Santa Catarina e outros estados.
Em Jaraguá do Sul, ocupava dois imóveis, um na Marechal Deodoro, onde funciona a loja Center Som e outras lojas, e outra, com foco mais no setor automotivo, na rua Domingos da Nova, no estacionamento da Igreja Universal.
A loja contava com uma grande estrutura e foi uma potência. Aos 18 anos, Iria Maria Brugnago trabalhou como caixa na filial jaraguaense da Marechal de 1987 a 1988, e nos ajudou a relembrar algumas curiosidades:
As lojas eram diferenciadas como “leve” e “pesada”, devido aos produtos que vendiam.
Na “leve” era possível encontrar brinquedos, roupas, utensílio do lar, louças, eletrodomésticos…Na “pesada”, materiais de camping, pesca, piscinas, ferramentas, máquinas, pneus, som para carro – inclusive com instalação. Contava com seus mecânicos e eletricistas. Os funcionários costumavam dizer que a loja só não vendia avião, porque o restante era possível encontrar por lá.
Enquanto trabalhou lá, Iria Maria lembra que quem fez a compra mais cara foi o empresário Werner Voigt – em memória. Ele levou pra casa brinquedos para os netos de Natal e pagou à vista, com cheque.
A loja já contava com um setor de empréstimo de dinheiro, muito comum hoje em dia.
No Natal, a empresa promovia a chegada do Papai Noel, um dos eventos mais esperados do ano na cidade. A chegada era uma festa para as crianças, que esperam a chegada ansiosos na Rua Marechal Deodoro.
Na primeira noite de lançamento, o bom velhinho circulava em um carro distribuindo balas para as crianças. Depois, ficava sentado em sua cadeira perto da porta até dia 24.
Dezoito anos era a idade mínima para poder exercer uma função como a de Iria, que mexia com dinheiro. Era uma norma da empresa.
Infelizmente, no inicio da década de 90, devido ao o momento econômico disputas familiares, a empresa entrou em declínio.
Outras lojas lembradas foram Prosdócimo, Apolo, Disapel, Foto Loss – que também já relembramos em uma matéria – e Foto Piazera, Lojas Sirama, Dalcelis, Dalmar e Malhas Fruet. Confiram essa galeria de fotos:
Lanchonetes e Restaurantes
Em tempos onde não existia via gastronômica, food park, app de delivery, e tantos estabelecimentos que conhecemos, havia um lugar que era o ponto de encontro dos jaraguaenses.
A Lanchonete do Oli estava localizada na frente do Colégio São Luis, ao lado do Sebus, e reunia o pessoal, principalmente os rapazes, no fim da tarde e fins de semana.
“A gurizada passava com o carro na Marechal pra cima e pra baixo, e parava no Oli. Ali era o momento de encontro da rapaziada, onde ficávamos trocando conversa fora e namorando as meninas que passavam”, conta Luiz.
Outros points que deixaram saudade
- Você lembra?
– Da escola de natação Olympia, que depois virou a Academia Impulso (já fechada);
– Do Restaurante Schützengarten;
– Da famosa Feira da Malha;
– De comprar bombinha e rojão na lojinha Casa Schmitz;
– Do Fliperama do Chico, que ficava na Reinoldo; do fliperama “do Besc”; ou do Fliperama do Cassetada, que ficava do lado do terminal urbano;
– De quando o terminal urbano era rodoviária, e passava ônibus de linha no centro da cidade;
– Curso de Datilografia na Rui Barbosa!
– Das Escolas SID;
– A Sorveteria Pinguim, na Barra;
– Supermercados Vitória e Mini Preço;
– Daquele tiozinho que vendia sorvete num beco entre o trilho e a Getúlio, ali perto da banca Hott;
– Do primeiro endereço da banca Hott, que ficava ali no Centro Histórico, onde hoje há um relógio. Lá haviam os banheiros públicos do Centro da cidade, a banca e um salão de barbeiro;
– A Caraguá, antes de ser Caraguá, ficava próxima ao Ferrazza;
– Eu nunca cheguei a conhecer, só ouvi falar: a pista de BMX e rampa de skate que tinha no morro da Nova Brasilia.
Sobre o artigo que você leu
“Antigamente em Jaraguá do Sul” é uma série que investiga, resgata e preserva a memória de histórias, rotinas, pessoas e fatos que moldaram a identidade de nossa cidade. Tem alguma curiosidade ou dica que queira compartilhar com a gente?
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