Tendo em mãos o precioso acervo do empresário Reiner Modro, mergulhamos nas primeiras edições do periódico Notícias WEG. Criado em 1969, o jornal interno foi criado quando a empresa completava 8 anos, em setembro de 1969.
Pelas páginas, notícias sobre a expansão da empresa, informações sobre a história e fundadores, entrevistas com funcionários, curiosidades sobre os produtos, atividades esportivas, e assuntos gerais – como a chegada do homem na lua.
Primeiríssima edição
No exemplar número 1, ano 1, de setembro de 1969, o jornal Notícias WEG trazia na capa uma matéria sobre a história da empresa.
Os três fundadores Eggon João da Silva, então diretor-presidente, Geraldo Werninghaus, diretor de produção, e Werner Voigt, diretor técnico, assim como a foto da primeira sede da empresa na Avenida Getúlio Vargas – onde hoje é o Museu WEG.
Ao falar do futuro da empresa, se destacava a estratégia de reinvestimento dos lucros como política que solidificava a empresa no cenário nacional.
Detalhe é que na época a empresa, que havia se tornado de Sociedade Anônima em 1965, somava um patrimônio líquido de 2.500.000,00 cruzeiros.
E, nesses primórdios, o Centroweg já contava com um ano de existência. Contava com 15 jovens frequentando as aulas que eram divididas em formações de mecânico, ferramenteiro, projetista e desenhista.
A badalada convenção de vendedores
Anualmente, a empresa realizava em janeiro a Convenção de Vendedores WEG. Eram esses profissionais que representavam a empresa “nas principais capitais do país”, levando o nome da empresa jaraguaense.
Os diretores da empresa eram responsáveis por compartilhar conteúdos, assim como palestrantes com “os mais modernos conhecimentos de marketing”.
Era um super evento que movimentava a cidade com a chegada de tantos representantes vindos de vários lugares do Brasil.
Associativismo jaraguaense
Jaraguá do Sul mal tinha asfalto e já existia uma forte organização empresarial. Na edição de janeiro de 1970, se falava da importância da Acijs que havia sido fundada- pasmem! – em 1938.
Estampada na página a foto do primeiro presidente e cofundador da associação, Arthur Breithaupt, e de Eggon João da Silva, que estava à frente da entidade naquele ano.
Um dos assuntos da pauta, como não poderia faltar, era infraestrutura. E naquela época nem se falava em melhoria, era ter mesmo: “conseguir do Governo Estadual a construção do acesso à BR 101, atualmente feito por péssima estrada, e fazer com que o traçado da BR 280 cruzasse toda esta rica zona”, dizia a pauta.
Outra pauta, era, claro, desburocratização? Na verdade era um pedido para que as leis pudessem ser entendidas. A deliberação pedia ao governo federal “adoção de sistema redacional que facilite a interpretação de leis”.
Motores pelo Brasil
A empreitada de enviar motores WEG para grandes distâncias não era fácil numa época de poucos recursos de infraestrutura. Mas a empresa fazia acontecer.
Muitos motores iam de caminhão Pelo Rodoviário Jaraguá, que tinha uma frota de 30 caminhões, inclusive alguns blindados.
Papai Noel de carroça
Naquela época, a criançada era alegrada com muito menos. A empresa realizava ações de Natal para entreter os filhos dos colaboradores. A festa acontecia nos pátios da empresa, tinha dois papais-noéis e eles chegavam de carroça.
Slides? Não, era no papel mesmo
Em uma notícia sobre uma visita dos Secretários de Estado, o detalhe fica para a foto da apresentação feita pelo senhor Eggon da Silva.
Telas, projetores, que nada! Eram gráficos expostos em um cavalete de madeira, trazendo informações estatísticas sobre o desenvolvimento da empresa. Um clássico dos anos 70.
Uma viagem internacional
Destaque na edição de setembro de 1972 foi a viagem de Werner, Eggon e Geraldo aos EE.UU. (na época era essa sigla para os Estados Unidos) e Europa.
Os fundadores seguiam para uma tour para conhecer empresas por 45 dias, trazendo novas tecnologias para Jaraguá do Sul.
1 milhão de motores
Com 14 anos de empresa, a WEG anunciou que havia chegado a marca de 1 milhão de motores produzidos. A campanha de publicidade da época exaltava os colaboradores que fizeram parte da história da empresa, fundamentais para atingir a meta.
Motores pelo mundo
No jornal de julho/agosto de 1973, notícia falava do envio de motores elétricos para o Líbano, inclusive adiantando que haveria novas importações para o país no fim daquele ano.
Em 1974, a empresa estava na Alemanha Ocidental (na época o país era dividido pelo Muro de Berlim), Nova Zelândia, Equador, Guatemala, Panamá, Hong Kong, Angola, Paraguai, Venezuela, Bolívia, Inglaterra e Japão.
Obras da WEG 2
Até o momento em questão, a sede que atualmente atribuímos maior representatividade à multinacional não existia.
Em 1973, o periódico anunciava a foto histórica das obras da nova fábrica, que receberia os mais modernos maquinários para a produção dos motores.
Rodízio de diretores
Uma das práticas adotadas pela empresa nos primeiros anos era um rodízio de diretores, para que todos conhecessem melhor os processos da empresa.
A foto de fevereiro de 1974 mostra Geraldo Werninghaus, diretor de produção, e Vicente Donini, diretor de marketing, voltando aos cargos de origem após experiência no setor liderado pelo outro.
Os campeonatos da Arweg
Entre uma edição e outra, além desses destaques empresariais, sempre tinha espaço para falar da rotina, do dia a dia que envolvia os colaboradores. Uma das páginas mais expressivas era a esportiva, trazendo destaque para as ações que aconteciam na Arweg.
Entre viagens internacionais e revoluções industriais, ali estava Geraldo Werninghaus dando início ao Torneio de Bocha.
A maior da América Latina
Na edição de setembro/outubro de 1947, a WEG assumia pela primeira vez o título de maior fábrica de motores elétricos da América Latina.
Já existia WEG I e WEG II. E ali vinham alguns destaques. Em 1965 a empresa havia produzido 9.518 motores, em 1973 já haviam sido 562.068 – pensa na taxa de crescimento.
Em colaboradores, havia passado de 80 pessoas para 1.326. Em área, foi de 1.496 metros quadrados para 14.922 metros quadrados.
O look da turma do Centroweg
Mais uma pausa para apreciar o visual dos anos 70. Na foto repleta de calças boca de sino, uma turma de 25 jovens, entre 13 e 16 anos, que haviam passado no exame para o Centroweg.
Sobre o artigo que você leu
“Antigamente em Jaraguá do Sul” é uma série que investiga, resgata e preserva a memória de histórias, rotinas, pessoas e fatos que moldaram a identidade de nossa cidade. Tem alguma curiosidade ou dica que queira compartilhar com a gente?
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