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Pequenos, mas capazes de tirar muita gente do sério. Basta duas, três, quatro picadas. Se antes parecia que eles ficavam restritos à zona rural, ultimamente tem mosquito aparecendo na cidade e a dica, como diz o biólogo da Secretaria de Agricultura de Jaraguá do Sul, Ulises Sternheim, é entender eles e aprender a conviver.
Primeiro, existem as diferenças nas formas de reprodução de cada tipo. No caso dos chamados pernilongos e do temido Aedes aegypti, o biólogo ressalta que eles depositam suas larvas em água parada – seja suja, seja limpa.
“O primeiro caso é olhar essas criadouros. As pessoas pensam em latas, vasos de flor, mas tem que pensar em grandes criadouros. São lajes que acumulam água, poças de água parada por muito tempo, normalmente também áreas de construção que tem materiais que acumulam água”, explica.
Quando se nota realmente uma infestação desses tipos de mosquitos, é preciso identificar esses grandes criadores dentro da área urbana e tentar evitar. Se for na casa do vizinho e não tiver abertura para uma conversa, é possível ligar 156 e denunciar o local com água parada.
Primavera e verão são as estações do ano com maior ocorrência dos mosquitos, que se reproduzem mais em clima quente.
No entanto, Ulises ressalta que os mosquitos fazem parte do ecossistema. O que acontece é que dentro da floresta existe um equilíbrio e controle natural, esse controle na cidade é muito menor.
Outro intruso que incomoda bastante é o borrachudo. Esse tem perfil diferente, se reproduz em água corrente – normalmente em riachos e córregos.
Mas o biólogo conta que Jaraguá do Sul tem um sistema de controle do borrachudo, com utilização do chamado BTI – um veneno biológico para o inseto , que não agride o meio ambiente, e é aplicado na água corrente onde estão as larvas.
“Quem tem problema com borrachudo pode ligar na Secretaria de Agricultura que vai ter orientação de quem está fazendo a distribuição na comunidade”, destaca.
E o último, mas não menos impertinente, é o tal do maruim. Pequeno e insistente. Esse inseto se reproduz em matéria orgânica em decomposição úmida – por isso a grande ocorrência em áreas onde se planta banana. Um defensivo para combate a proliferação desse mosquito já está em fase de testes em Jaraguá do Sul.
“Ele tem preferência pelos cepos em apodrecimento da bananeira. Ele é natural da nossa floresta, vai encontrar pouco, mas tem. Porque dentro da floresta existe um controle natural, nos bananais por ser um ambiente artificial, cria em maior qualidade”, comenta.
- Dica de ouro
Conheça o tipo de mosquito que afeta a sua propriedade e busque eliminar possíveis criadouros, é uma forma de reduzir a proliferação:
- Pernilongos: em água parada, seja limpa ou suja.
- Borrachudo: em córregos, água corrente. Nesse caso, existe o veneno biológico BTI que pode ser usado nesses locais.
- Maruim: se reproduz em ambientes com matéria orgânica em decomposição úmidos – como é o caso dos cepos de bananeira.
Como detê-los?
Na hora da convivência com os “picadores”, existem as velhas condutas que ajudam bastante.
Ele ressalta que a maior parte dos mosquitos tem hábito noturno e começam a chegar perto das casas quando o sol se põe. No entardecer, é hora de colocar as telas na janela, ou mesmo fechar tudo. Manter ventiladores ligados também ajuda a afugentar os insetos.
Maruim e borrachudo aparecem o dia inteiro – então quando eles incomodam, é repelente na tomada e na pele. Venenos aerossóis devem ser usados com cuidado.
Os repelentes cremosos costumam ter mais eficiência do que os em spray, pela maior cobertura. Os repelentes de tomada costumam ter um raio específico de atuação – é preciso testar.
Aos fãs da famosa citronela, vai a dica: ela é mais eficiente diluindo a essência ou o extrato alcoólico em água e usar esse preparado como uma espécie de repelente para a casa, sendo passada nas paredes, pedras e calçadas.
“Plantada, tem alguma eficiência, conforme os estudos mostram, só contra mosquito e pernilongo, mas não contra borrachudo e maruim. A eficiência vai depender de vários fatores: vento, solo, clima… É uma coisa que não é certa”, explica.
Resumindo: não existe uma só estratégia, se tem muito mosquito na sua casa, tem que fazer de tudo um pouco e se harmonizar os danadinhos.
E você, tem alguma estratégia infalível contra os sugadores?
- Mas por que existem mosquitos?
Sobre a função dos mosquitos no ecossistema, isto é, o nicho ecológico dos mosquitos, o biólogo Ulisses mencionou de modo simples e resumido o seguinte:
- Fazem parte de diversas cadeias alimentares, sendo predados por peixes e anfíbios (sapos, rãs e pererecas) na fase de larva e por pássaros e morcegos quando adultos;
- Muitos são vetores de doenças parasitárias, que contaminam diversos animais (inclusive humanos), muitas vezes mortais, que contribuem para a estabilidade populacional desses animais no ambiente;
- Quando larvas consomem matéria orgânica, o que contribui para o ciclo de nutrientes na natureza;
- Como os machos são nectarívoros (néctar das flores), também atuam como polinizadores;
- Em áreas onde há muitos mosquitos, estes controlam a presença ou a dispersão de outros animais que se perturbam com suas picadas, o que favorece o desenvolvimento da flora e a presença de outros animais.
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