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Em dias de céu aberto, ver uma dezena de pontinhos coloridos se tornou uma cena comum para quem vive em Jaraguá do Sul. São incontáveis saltos vistos do topo da pista de decolagem do Morro das Antenas – mas no meio desse vai e vem, alguns se tornaram memoráveis.
O recorde de voo mais longo saindo da pista tem nada mais, nada menos do que 7 horas 58 minutos de duração, percorrendo 220 quilômetros até Porto União.
A façanha foi coletiva: os pilotos André Rottet, Celio Castro, Marcinho Tavares, Caio Buzarelo e Lucas Ribas voaram juntos. O voo aconteceu no dia 6 de novembro do ano passado.
Detentor desse e dos outros quatro voos mais longos saídos do Morro das Antenas, Rottet comenta que a intenção nunca foi buscar recordes em si – o desejo mesmo é a aventura de voar até o pôr do sol.
“Eu gosto muito de voar, eu não me importo de ficar horas voando, com isso eu acabo me desafiando, tentando fazer voos inusitados, de percursos diferentes, ou o mais longe possível, o recorde foi a consequência disso”, comenta.
Em dezembro de 2018, André já havia percorrido sozinho o trajeto até Porto União – o voo solo foi mais curto, com 213 quilômetros, mas ficou 8h50 nas alturas.
O piloto já foi de parapente até Lages, em 2017 (mais de 184 quilômetros em 7h30), e até a Serra dos Alves, perto de Agrolândia, em 2016 (cerca de 136 quilômetros, em 5h20).
Atrás de aventura
André Rottet nasceu na Suíça mas está a 21 anos vivendo em Jaraguá do Sul, na Ilha da Figueira – a um pulo do Morro das Antenas.
O começo dessa jornada nas alturas foi com o paraquedas, mas logo na sequência conheceu o parapente.
“Antes de entrar nessa aventura eu já sonhava de voar, voar sem aeronave, sem motor, era tipo Peter Pan”, comenta, rindo. “O paraquedismo me proporcionou a realização desse sonho, o parapente o ampliou! Vestido de uma cadeirinha, podemos voar por muitas horas, alcançar as nuvens, e pousar praticamente em qualquer lugar”.
Mas para realizar façanhas como essa é necessário conhecimento, preparo e equipamentos.
Em primeiro lugar, comenta André, é preciso conhecer a meteorologia, a análise completa do vento ao longo do percurso, da altura das nuvens e da temperatura nas diferentes altitudes.
“Depois vem o equipamento, os aparelhos eletrônicos, sem esquecer o lanche para a viagem. Claro que o aspecto físico é importante também, ter um bom preparo aeróbico e estar feliz durante o voo”, ressalta.
O atleta comenta que as condições ideias para realizar voos em Jaraguá do Sul aparecem de novembro a março.
“O vento deve ser do setor leste até 22km/h, a altura das nuvens superior a 2000m no planalto da serra, a pressão atmosférica acima de 1016hp, e uma boa diferença de temperatura até às nuvens para proporcionar as correntes ascendentes”, detalha tecnicamente.
Para quem tem calafrios de se imaginar pendurado num parapente por mais de alguns minutos, essa pode não ser a aventura ideal.
Mas, segundo André, voos curtos precisam de tanta técnica quanto um voo longo. “Os voos mais técnicos são aqueles que voltamos até a rampa de decolagem depois de ter percorrido uma distancia”, comenta.
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Os voo mais longos saindo do Morro das Antenas
- 220 quilômetros de voo até Porto União, com duração de 7h58. André Rottet, Célio Castro, Marcinho Tavares, Caio Buzarelo e Lucas Ribas, no dia 6 de novembro de 2020.
- 213,3 quilômetros pousando em Porto União após 8h50min de voo, no dia 8 de dezembro de 2018. Voo solo de André Rottet.
- 184,9 quilômetros pousando em Lages, após 7h30, o dia 1 de novembro de 2017. Voo solo de André Rottet.
- 136,3 quilômetros pousando na serra dos Alves, perto de Agrolândia, após 5h20, no dia 5 de novembro de 2016. Voo solo de André Rottet.
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