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Quem nunca ouviu falar de uma cachoeira catarinense que congela nos dias mais frios de inverno? Urubici, município da Serra Catarinense, ganha notoriedade no inverno, mas as formações geológicas exuberantes do local pedem uma visita em qualquer estação.
E a viagem não precisa ser cara: você pode passar 4 dias no local e gastar R$ 635 – em grupo dá pra reduzir ainda mais os custos chegando a R$ 120 por dia. A gente mostra como.
Despesas com o carro
Tudo começa com o trajeto. A distância mais curta é tomando a BR-470 e SC-350, saindo de Jaraguá do Sul em direção a Pomerode, Timbó, Ascurra, e por aí começa o passeio.
Outro caminho indicado é pela BR-101, são quase 100 quilômetros a mais, mas como boa parte da viagem é feita em via duplicada, é possível ganhar alguns minutos no trajeto – exceto pelos inconvenientes engarrafamentos na altura Itajaí/Balneário, principalmente no verão.
No entanto, eu acho que passar pelas pequenas cidades do oeste deixa a aventura mais interessante e também mais tranquila.
Aí já temos o primeiro gasto para a lista: combustível. Considerando um carro que faz 10 quilômetros com um litro de gasolina, ida e volta entre Jaraguá do Sul e Urubici vai custar cerca de R$ 190 – de moto se economiza muito. No trajeto via BR ainda há de se considerar os custos dos dois pedágios que ficam no caminho.
Onde ficar?
Quem está de saída precisa saber aonde vai ficar. E dá para conseguir um boa opção de hospedagem por menos de R$ 100 a diária – é claro que feriados e na temporada fica mais difícil achar vagas.
A opção mais em conta que encontramos é o Terras do Sul Ecoturismo, com um amplo camping disponível por uma diária de R$ 35 – claro que essa opção exige toda uma preparação para encarar o frio, incluindo roupas e equipamentos apropriados.
No mesmo local, outra opção é o hostel, a uma diária de R$ 65. A propriedade fica dentro de um Parque Nacional da Serra Geral, com inúmeras trilhas, é rodeado por araucárias e cortado por um rio. O cenário é encantador.
Na opção albergue tem diária mais em conta no Ayllu Refúgio Ecológico,um hostel que oferece um cama quentinha, café da manhã, e comodidades da casa por R$ 55. Para viagens a dois, existe um quarto privativo disponível por R$ 110. O hostel fica no Vale do Rio Cachimbo.
Os dois locais são uma verdadeira imersão na natureza, em locais bem preservados e retirados da área central.
Quem preferir um cenário mais urbano tem a opção de ficar no Hostel Armazém do Heyokah, um prédio charmoso e cheio de personalidade. Um diária em dormitório custa R$ 60, um quarto com cama de solteiro R$ 70 e de casal R$ 160.
Gastos com estadia
Onde ir?
Sem a menor dúvida, o que move as pessoas até Urubici é a natureza. É um lugar perfeito para perceber como é lindo esse planeta Terra – dá aquela vontade de largar tudo pra morar numa cabana com forno a lenha.
Para ver essas atrações naturais você pode ser mais aventureiro e encarar trilhas guiadas ou ir no módulo turista independente, preferindo pontos onde há acesso mais fácil. Vamos partir dessa segunda opção.
Reservamos R$ 100 para as atividades, pensando em combustível e entradas, que têm valores simbólicos entre R$ 5 e R$ 10.
Uma das coisas que é preciso saber e estar preparado: você vai precisar percorrer bastante chão dentro da própria cidade para ir de uma atração a outra, mas é possível pensar em rotas para facilitar isso.
Maratona de pontos turísticos 1
Partindo do centro de Urubici, em um mesmo sentido, você pode parar na Gruta Nossa Senhora de Lurdes – é um local simples, com uma cachoeira e paredão de pedras, é indicado para quem curte uma atmosfera religiosa.
Você segue e acessa mais à frente a subida do Morro da Igreja, onde no topo é possível ver a Pedra Furada. Na ida ou na volta desse trajeto fica a Cachoeira Véu da Noiva – aquela que congela.
Importante: como fica em área do exército e a fim de preservar o local, para subir até o Mirante do Morro da Igreja você precisa de uma autorização, normalmente retirada na sede do ICM Bio, no centro da cidade.
No entanto, como a subida está em obras, nos últimos meses as visitas foram bem limitadas. Em agosto, por exemplo, serão feitas apenas no domingo e todos os agendamentos já foram feitos.
É liberado apenas um número de pessoas e eventualmente a subida é fechada. O telefone para contato com a sede de Urubici é o (49) 3278-4994. Você pode conferir mais informações no site do ICM Bio.
Já Cachoeira Véu da Noiva basta chegar ao local entre 8h e 18h. Como fica em uma propriedade particular, é cobrada uma taxa de R$ 5.
São poucos metros para chegar na queda e ainda existe uma pequena trilha, onde é possível ver uma floresta de xaxins – típico em florestas mais altas. Ao fim da trilha há outra queda d’água, a Cachoeira dos Namorados, e também tem uma tirolesa de aproximadamente 150 metros sobre um desfiladeiro – a travessia custa R$ 35 em 2019.
A Serra do Corvo Branco é outra atração gratuita que só depende da disposição de enfrentar alguns quilômetros em uma estrada de chão mal conservada
A lendária estrada foi a primeira ligação entre o litoral e a serra catarinense. A chamada “garganta” de entrada fica entre dois paredões de pedra, com cerca de 90 metros cada. O trecho é considerado o maior corte em rocha arenítica do Brasil.
Do lado esquerdo do paredão é possível ver umidade, com gotinhas de água brotando da terra. Isso porque o local é uma das zonas de armazenamento do Aquífero Guarani, maior manancial de água doce do mundo.
Um extra nessa rota
Nessas bandas também fica a Pedra da Águia, onde é possível chegar com um carro comum. Mais a frente está o Cânion do Espraiado – o acesso é com veículos 4×4, exige uma caminhada e é preciso de uma autorização que custa R$ 20 por pessoa.
Para fazer todos os pontos citados com calma, o ideal é sair cedo. Se for ir na Pedra da Águia e no Cânion, a dica é reservar um dia para essas duas atrações.
Maratona de pontos turísticos 2
Na direção oposta ficam outras atrações que podem visitadas em sequência. Começamos pela Cascata do Avencal. O destino é imperdível, uma cachoeira muito bonita que forma um longo fio de água em um paredão de pedra. A entrada custa cerca de R$ 7.
Pouco adiante fica o sítio arqueológico chamado Inscrições Rupestres. São quatro painéis esculpidos num paredão de rochas do Morro do Avencal, deixados por povos que habitaram a região há 3.000 anos.
Na sequência está o mirante, onde é possível avistar toda Urubici de cima.
Esse é um cronograma legal para uma primeira vez na cidade e para poder aproveitar bem cada ponto, descansar e curtir a hospedagem.
Tem mais coisa pra fazer um Urubici, as trilhas guiadas, como falei acima, e também cavalgadas – mas isso exige um orçamento extra.
Gastos com atividades
Onde comer?
O orçamento tá apertado a essa altura, mas é sempre válido reservar uma parte para experiências culinárias. Vamos reservar aqui R$ 180 – uns R$ 40 para compras de supermercado e o restante para explorar.
A sugestão é economizar com duas refeições – preparando na cozinha do hostel – e mandar ver na terceira: um dia de café colonial, outro com um bom almoço e outro com jantar fenomenal.
Mas onde comer? Bom, essa pergunta é difícil, afinal, paladar é uma coisa única. A dica geral é pesquisar no Trip Advisor e conversar com os locais para saber opiniões sobre restaurantes que te chamam a atenção.
Vou falar daqueles que experimentamos, combinado?
Uma das delícias da serra é café quentinho, aquele clima da manhã. A gente conheceu o Café Colonial Lenha No Fogo, que fica pras bandas do Morro da Igreja.
Era uma mesa simples central, com bastante variedade e o melhor: com tudo fresquinho. Tinha um verdadeiro exército de cozinheiras produzindo e trazendo delícias quentinhas – waffles, pão de queijo coalho, além dos pães, bolos, salgados e geléias produzidas por eles mesmos.
Apaixonados pela cozinha italiana, para um jantar também conhecemos o Semola – que produz suas próprias massas. O restaurante é bem decorado e a comida saborosa, são preços de médio a alto. A carta de vinhos também é bacana, há opções para todos os bolsos.
Outra dica de ouro é a creperia do Terras do Sul Ecoturismo. Descobrimos porque nos hospedamos no local, mas ela fica aberta diariamente a partir das 18 horas para visitantes também. A delícia é preparada com a receita do dono do local, o Dani Wirth, nascido na bélgica.
O Café Cultural do Sesc nós não visitamos, mas é bem cotado como opção para refeições de custo/benefício. Serve pratos típicos, como entrevero, por exemplo.
Uma opção gastronômica que entra na lista de quem ama a bebida é o Café El Torrador. São dezenas de opções de cafés e formas de preparo em um cantinho cheio de personalidade.
Um lugar encantador que tentamos conhecer, mas estava fechado, é o Vale dos Sonhos. A localidade tem incrustada um pequeno negócio tocado pelo morador, ele produz geléias e outras delícias e também recebe as pessoas para refeições e hospedagem.
No fim das contas
Na prática, quanto gastamos com uma viagem depende muito de um planejamento. Aqui apresentamos opções, em linhas gerais, de como fazer essa viagem. Quem não se importa muito com gastronomia, pode investir esse dinheiro em outro item e seguir feliz.
Essa mesma conta pode ficar mais barata se você for o campista aventureiro, que vai economizar R$ 60 em estadia. Se o carro for cheio, o gasto per capita com combustível pode ser reduzido a R$ 38 por viajante e o gasto final será de R$ 120 ao dia. Esse extra você pode investir na viagem, buscando guias para trilhas mais avançadas, curtindo um passeio a cavalo ou saboreando outros pratos.
Sobre o artigo que você leu
“Turistando Por SC” é uma série que vai explorar o que nosso estado tem de incrível, mas com o interesse de um jaraguaense que quer experienciar o que está fora dos roteiros convencionais. Aqui você vai encontrar os relatos de descobertas saborosas – ou então experiências que não deram muito certo… Sabe de algum roteiro diferente?
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