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  • Pessoas

O dom da cura: encante-se com dona Odette Borba, 88 anos, benzedeira tradicional de Guaramirim

  • por Natália Trentini
  • 06/09/2019

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Se é pela profunda fé ou disposição incomparável, não se pode afirmar. Mas uma mistura desses dois fatores deve ser ingrediente para manter Odette da Silva Borba com a disposição que tem aos 88 anos.

Os santos também devem conspirar para manter ela na ativa por muitos anos por vir, afinal, de segunda a segunda ela é procurada para ajudar pessoas que sofrem com alguma dor.

Tem semanas que a romaria é intensa na busca pelos benzimentos de Odette, que vive em sua casinha na localidade Putanga, interior de Guaramirim.

Dezenas de pessoas chegam à casa de dona Odette toda semana, na localidade Putanga. Fotos: Natália Trentini

“Minha filha disse para eu colocar um horário e não no fim de semana, mas eu disse: ‘Deus quando andou no mundo não escolheu o dia para fazer o bem’”, afirma.

E assim chegam dezenas de pessoas por semana com problemas variados, de dor de cabeça à zipra, de dor muscular à crianças que não conseguem dormir.

Tem conhecidos, mas a maioria ela nunca viu antes. “Alguém ensinou a vir aqui”, conta sobre os que vêm de longe.

Herança de família

São 76 anos abrindo com suas orações o caminho para muitas pessoas se curarem. A melhora acontece e por isso seu nome se espalha pelos quatro cantos: “Tem uma benzedeira Odette por aqui?”, perguntam pela rua Jacó Reinert.

O aprendizado começou ainda menina, aos 12 anos, quando morava em Joinville. O conhecimento foi repassado pela avó Benta Catarina do Rosário, que viveu até os 113 anos.

Devoção à Nossa Senhora é uma das marcas da fé
Mãos que fazem benzimentos a há 76 anos

“Ela nasceu na escravidão, mas era livre. Ela era filha de escravos”, conta sobre a avó.

Benta era parteira e benzedeira muito requisitada e conforme a idade foi avançando, começou a preparar a neta para assumir o lugar. Odette aprendia tudo, mas tinha vergonha de fazer atendimento. Mas quando iam em busca de Benta, ela conduzia a neta, que foi despertando esse dom.

“Depois eu fui indo assim, e sozinha da minha cabeça, eu fui aprendendo outros benzimentos”, conta Odette.

Sabedoria popular

Cada problema exige um benzimento diferente. Normalmente, também exige o cuidado com alguma erva para um tratamento natural. Odette conhece tudo de cor.

Com o rosário na mão, Odette faz a oração conforme o problema relatado pela pessoa

Para benzer a dor de cabeça, por exemplo, é usado um copo onde ela vê a origem do problema. Pode ser sol ou lua na cabeça, do ar ou do sangue.

Nas dores no corpo, é benzimento para rasgado, em que é feita uma costura com pano e linha.

“Vem muito da fé que eu tenho em Deus, na Nossa Senhora, porque eu tenho alcançado milagres. Eu peço para eles: já que me deram esse dom, me ajudem a fazer a cura. E as pessoas melhoram mesmo”, define Odette. “Nossa Senhora é muito querida minha, eu amo ela muito, muito de coração porque é minha mãezinha do céu”.

Além de nunca recusar atender quem bate a porta, Odette não cobra nada. “Se eles querem me dar alguma coisa, eles me dão. Eu digo que não precisa, mas eles dizem que estão dando de coração. Então tá bom, eu pego, coloco no prato da igreja, compro vela e acendo pros santos. É isso que eu faço”, revela rindo.

Fé é um dos condutores dos benzimentos. "Tem que ter fé", diz ela

Devoção e disposição

Odette é guiada por uma espiritualidade profunda. Ela devota os dias aos rezos, leu a bíblia inteira mais de uma vez e tem nos benzimentos uma prática da fé.

Além disso, se dedica à religiosidade. Durante mais de 30 anos foi catequista de primeira eucaristia e crisma – uma atividade cercada de muita alegria para ela.

Também foi coordenadora da comunidade, ajudando a buscar recursos para erguer um templo de concreto no lugar da antiga igrejinha de madeira, que estava sendo comida pelos cupins.

E tanta dedicação tem seus momentos de emoção. Duas vezes, Odette teve a graça de ter mirações com Nossa Senhora. Uma vez enquanto acendia velas na gruta ao lado da Matriz Senhor Bom Jesus. Ali sentadinha fazendo as orações, de repente viu um brilho e a Santa lá nas alturas. “Era como se não tivesse a parede”.

Outra vez foi na própria comunidade, depois da eucaristia, enquanto orava, viu uma mulher com cabelos longos brilhantes. Depois reconheceu como sendo a imagem da Nossa Senhora Auxiliadora.

Contando sobre o milagre que viu na gruta da Matriz
A lembrança leva o brilho de admiração aos olhos de Odette

O tempo extra é dedicado à família, sempre reunida nos fins de semana. Jogar baralho é uma das atividades preferidas, geralmente até umas 3 horas da manhã.

Vida de luta diária

Odette chegou a Guaramirim com 13 anos, quando o pai comprou um terreno em um leilão. Por lá moravam primos dele. A comunidade do Putanga foi fundada por ex-escravos.

A localidade foi crescendo e ela sentiu na pele o preconceito. Tinha divisão para tudo. Igreja dos negros e dos brancos, festas dos negros e dos brancos.

“Se tinha um baile, se era de preto, o branco podia entrar lá e dançar. Agora se tivesse um baile de branco, o preto não entrava de jeito nenhum”, lembra.

Com o tempo, pessoas dispostas a deixar a intolerância de lado foram se juntando. Hoje, é a igrejinha que era só dos negros que ampara toda a comunidade e é reconhecida por ser um lugar de muita paz e tranquilidade.

Além das dificuldades sociais, Odette encarava os desafios de viver no interior em uma época de poucos recursos. Trabalhava na roça de sol a sol.

Ela pode não ter se tornado parteira como a avó, mas deu conta de parir sozinha 7 dos 10 filhos. E conta a façanha rindo, com bom humor.

Força, disposição e nada de reclamar, é só agradecer

“As três mais velhas tinha uma parteira aqui no Tibagi, Maria Mainka, ela fazia o parto. Mas depois, eu trabalhava o dia inteiro, chegava de noite em casa, não dava tempo de chamar ninguém. Essa aqui [sobre a filha Ana Paula], quando nasceu, meu marido estava fazendo aula e meia noite ela nasceu. Sozinha cortei o cordão dela, sozinha lavei e arrumei”, conta.

A saúde de ferro só fica abalada pela labirintite e pelas gripes de inverno. Ela enumera as quatro vezes que precisou ir ao hospital, em duas ocasiões tratou-se de uma internação rápida do dia para o outro.

“Eu digo sempre assim para mim mesma: Deus caminhou comigo desde que eu era pequena. Porque o que eu passei na minha vida, depois de casada e tudo, trabalhar nos matos, cortar arroz, cheio de água até o joelho, e chegar de noite e ganhar filho sozinha mais Deus. Hoje em dia, acho que não tem mais ninguém que faz”, diz.

Benzimentos

Nos dias de hoje, a prática que era tão comum entre os antepassados é vista com muito misticismo. Mas até quem não acredita muito, recorre ao benzimento quando mais nada ajuda. Para Odette, tudo é encarado como uma missão.

“A natureza ensina a gente. Tem pessoas que tem o dom e não descobrem já na hora. Mas diz na Bíblia que todos têm um dom”, afirma.

Firme na fé e na simplicidade, a benzedeira segue fazendo suas orações para quem buscar ajuda.

Odette pede força para que seu dom possa fazer o bem para as pessoas

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