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Desde criança Bernardo Cordeiro Guindani sonhava em ser médico. A vontade de seguir essa vocação profissional foi tanta que, aos 19 anos, não pensou duas vezes quando resolveu cursar medicina na Argentina – já que o país tem cursos de muita qualidade, a um valor bem mais acessível.
Foi em 2016 que ele partiu de “mala e cuia” de Jaraguá do Sul, sem conhecer ninguém ou falar espanhol. E, claro, houveram desafios no caminho.
Mas atualmente, aos 22 anos, Bernardo termina o terceiro ano da graduação na Fundación Barceló, em Buenos Aires, e faz planos de ficar entre os hermanos.
O que levou Bernardo para o país vizinho foi justamente a viabilidade do curso. A mensalidade fica em 11.000 pesos, por volta de R$ 1 mil por mês dependendo da cotação – pelo câmbio atual seriam cerca de R$ 718.
“Um mês de faculdade do Brasil é quase o que eu pago em um ano”, destaca, revelando que mesmo com as despesas de uma mudança para o país, a conta vale muito a pena.
Ensino superior mais facilitado é uma qualidade apontada por Bernardo. As privadas, como a que ele cursa, são muito mais baratas em comparação com o Brasil e entrar em um faculdade pública argentina não é um bicho de sete cabeças como por aqui.
Mudança sem medo
Apesar de estar em um país vizinho – a precisamente 22 horas de carro de Jaraguá do Sul -, o processo de adaptação não foi tão fácil assim.
“Estou em um país tão perto, mas com uma cultura muito diferente. Enquanto eu não falava perfeitamente o espanhol, os argentinos não me tratavam muito bem. Além disso a comida é outra coisa que eu tive dificuldade, já que aqui os hábitos alimentares são diferentes, com muito trigo”, comenta.
Chegar sem falar o idioma foi um desafio. Chegar sem conhecido na cidade foi outro. Bernardo também conta que a relação com colegas de quarto, para dividir moradia, foi bem complicada no início.
Mais próximo dos hermanos
Passado esse período de adequação, Bernardo começou a se sentir mais em casa, podendo apreciar as peculiaridades da cultura e estilo de vida local.
“Aqui as pessoas são muito educadas, não são maliciosas, e a mim não parecem preconceituosas. Os argentinos são bastante fechados, mas uma vez que você se torna amigo deles, você ganha um amigão para tudo”, ressalta.
O futuro médico vê os argentinos como um povo que busca cultura, amam frequentar o teatro, gostam de socializar indo a parques tomar o famoso mate e, na visão dele, chegam a ser mais fanáticos que os brasileiros por futebol.
“As pessoas em geral se vestem muito bem, fumam muito e a maioria é de descendência europeia. Até o jeito de falar lembra muito os italianos”, ressalta.
- Dicas de um local
Vivendo na Argentina há 4 anos, Bernardo já passou do status de turista. Por isso, dele vem algumas dicas para quem for visitar Buenos Aires.
Na hora de comer, ele indica um prato típico da cozinha local: guizo de lenteja. “É lentilha com carne e legumes. Muito bom e recomendo”, destaca.
E pela cidade, você não pode deixar de passear pelos maravilhosos parques e visitar os museus.
Lar, doce, Buenos Aires
“O que me faz ficar aqui é o fato de eu simpatizar muito com o estilo de vida daqui. Gosto das pessoas, acho a cidade linda de mais com tantas construções históricas e com tanta natureza”, destaca.
Estar em uma grande capital, mas se sentir seguro, é um dos pontos que deixa a vida mais leve, aponta Bernardo.
Além disso, ele gosta de ter sempre dias muito ensolarados. “Aqui em Buenos Aires o clima é muito frio no inverno e muito quente no verão! A diferença é grande”, comenta.
Mas a vida por lá parece ter conquistado tanto o jaraguense que as raízes vão ficando mais e mais fortes. Tanto é que um relacionamento que iniciou no meio dessa jornada entre Brasil e Argentina está prosperando por lá.
Faz um ano que o marido Eduardo Elias, que ele conheceu nas férias em Jaraguá do Sul, se mudou para lá. “Ficamos a distância por 6 meses. Depois ele veio morar comigo”, conta.
E apesar de estar inserido na rotina frenética de quem estuda medicina – que requer muitas horas de estudo -, os planos para o futuro já estão traçados.
“Eu não pretendo voltar ao Brasil. Pois encontrei um país que gosto muito de viver. Além disso, quero muito trabalhar aqui como médico já que a Argentina abriu as portas para a minha educação”, revela.
Sobre o artigo que você leu
“Jaraguaenses Pelo Mundo” é uma série que compartilha com vocês tudo que passaram pessoas que optaram sair de nossa cidade para viver no exterior, e assim inspirar quem mais tem esse sonho. Conhece alguém com uma história legal pra compartilhar?
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