No dia 8 de janeiro comemorou-se o Dia do Fotógrafo, e ainda no clima da data, o Por Acaso conversou com uma fotógrafa da região que é referência na área e tem o dom de contar histórias e retratar emoções em cada fotografia. Francine de Mattos é um grande exemplo de talento da área e representação da data, que existe desde 1840, quando a primeira câmera fotográfica chegou ao Brasil. O ramo evoluiu e continua crescendo cada vez mais, com profissionais como Francine, que cada vez mais demonstram seu talento e amor pelo ramo.
Francine é uma catarinense de 29 anos que morou em Salete, uma cidade do interior de Santa Catarina, e hoje reside em Joinville. Apaixonada por natureza, bichos e coisas simples, ela começou a fotografar aos 15 anos e não parou mais. Para ela, que já está na área há mais de 12 anos, cada foto é uma história a ser contada através das lentes da câmera fotográfica e se torna uma parte essencial de sua vida, como pessoa e profissional.
Francine também é responsável pelo Instagram @fotografeumaideia, onde ela mesmo diz que é uma “fotógrafa das coisas simples”. No feed, é possível observar fotografias incríveis que fazem jus a citação escolhida por ela para ficar na página inicial do seu site profissional, o francinedemattos.com.br. “Quando me faltam palavras a câmera se transforma na minha voz. Os olhos vêem e o coração sente”, é a frase que pode ser lida na página principal.
“A fotografia é a arte de olhar o mundo e te proporciona um ato de criar livre. O que mais me inspira é esse poder de perceber a vida acontecendo, seja ela como for. Minhas melhores ideias aparecem quando enxergo e vivo o cotidiano da vida, curtindo momentos e deixando as coisas acontecerem naturalmente, sem pressão e cobrança. A inspiração vem como um sopro de brisa leve. Sem falar das conexões que o meio te proporciona”, conta ela.
Além de contarem histórias, as fotos de Francine trazem paz aos olhos, com a presença de muitos elementos que remetem ao aconchego, como a natureza, animais de estimação e raios solares que complementam o cenário e deixam claro que o fotografado está à vontade com o ensaio. A artista trabalha com pessoas de todas as idades e estilos, transmitindo beleza, simplicidade e reconexão com sentimentos que realmente importam, como amor e tranquilidade.
Ela conta que é apaixonada por fotógrafas australianas que tem foco em fazendas, como Clancy Paine, Henrietta Attard e Pip Williams, que unem fotografia e ar livre. Já no Brasil, também tem inspirações que trazem ainda mais luz para suas fotos, como Henrique Resende, Ana e Bob Retratos, Mônica Spohn e Tadeu Vilani.
Apesar de toda a beleza da área, Francine também passa por desafios diários em sua rotina profissional, que tem infinitas funções além de apertar o botão da câmera. Para ela, um dos grandes desafios do fotógrafo de hoje em dia é saber se valorizar diante do mercado.
“Duas horas fotografando equivale a 6 horas na frente de um computador editando, sabe? Então o desafio maior é esse: não se deixar levar pelo preço dos seus colegas, sempre vai ter gente cobrando menos, sempre vai ter quem cobre mais, compreender o seu próprio nicho e sua rotina, para quantificar o quanto vale o seu tempo”, explica a profissional.
Para se destacar no mundo da fotografia, empatia é a palavra chave. Muitos clientes acabam ficando um pouco tímidos na hora da foto, e um profissional que sabe lidar com isso faz a diferença não só na hora do ensaio, mas também na vida do fotografado. Antes de começar a fotografar, Francine procura conhecer a realidade de cada cliente, puxar papo sobre a vida, sobre as coisas que gosta, para assim saber um pouco sobre quem está na frente das lentes.
“Sou tímida no dia a dia, mas na hora de fotografar eu solto a conversa e tento levar tudo no bom humor. A conversa vai fluindo, as piadinhas vão se encaixando e quando a gente percebe as fotos estão acontecendo de um jeitinho espontâneo e carinhoso”, conta.
De acordo com a fotógrafa, um dos momentos mais marcantes da sua relação com a área aconteceu por uma história familiar emocionante e cheia de amor. Ela perdeu a avó quando tinha 14 anos, antes mesmo de começar a fotografar, e por conta da saudade se motivou a tirar fotos de outras “senhorinhas”, quando ainda morava em Salete.
“Eu sempre fui visitar muitas casinhas de idosos pra bater um papo, tomar um cafézinho e fotografar também. Então eu fiz amizade com a Dona Justina, uma senhorinha muito fofa e de um papo muito bom, mas que não gostava muito de fotos. Ela vivia se escondendo quando eu pegava a câmera, mas sempre alguma foto era registrada.”
Infelizmente Dona Justina faleceu há três anos e deixou uma saudade imensa para quem a conheceu, mas que deu lugar à gratidão de uma das netas da senhora, que procurou Fernanda para agradecer pelos registros.
“Ela agradeceu por ter sempre insistido nas fotos da Dona Justina, porque são essas fotos hoje que aliviam um pouquinho da saudade que ela sente da vó. E eu entendo esse sentimento! Entendo a diferença que faz ter esses registros. A fotografia é o nosso remédio pra saudade, é a nossa conexão com as boas lembranças”, se emociona.
Para finalizar, ela dá uma dica para os fotógrafos iniciantes que desejam seguir na área e querem se destacar. Ela ressalta o crescimento recente do mercado e diz que não vê isso como algo negativo e acredita que existe espaço e clientes para cada um, basta ser paciente com o seu próprio tempo de aprendizado.
“Tudo é questão de estudar e praticar muito. Fotografe sempre, todos os dias um pouquinho, estude marketing e gestão financeira.. Mas mais do que isso, lembre que somos individuais na forma de ver e registrar o que nos cerca. Então o mais importante é respeitar sua essência, tempo e sonhos’, finaliza ela.
Para conhecer mais do trabalho de Francine, visite o Instagram e site da fotógrafa. O Por Acaso separou alguns cliques incríveis para você apreciar: