Pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que cerca de 15% da população mundial, ou seja, mais de um bilhão de pessoas, possui algum tipo de deficiência (física, sensorial, intelectual ou psicossocial). Jaraguá do Sul também está inserida nessa realidade, mas algumas iniciativas ajudam a melhorar a qualidade de vida de pessoas que convivem com a condição.
A Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Jaraguá do Sul busca fazer a sociedade refletir sobre a dimensão da deficiência, além de estimular a conscientização da sociedade acerca da igualdade de oportunidades, da garantia de direitos, da inclusão, dignidade e cidadania. No dia 11 de dezembro comemora-se a data mais importante para o movimento apaeano, o Dia Nacional das Apaes.
“Nós entendemos a inclusão como o reconhecimento genuíno, por parte da família e da sociedade, que toda a pessoa com deficiência é um ser humano como qualquer outro, com seus sonhos e desejos, capacidades e limitações. E que podem contribuir para uma sociedade mais justa e humana”, explica a Apae de Jaraguá do Sul.
A Apae surgiu no Rio de Janeiro, no dia 11 de dezembro de 1954 e é fruto de um movimento pioneiro no Brasil para prestar assistência médico-terapêutica às pessoas com deficiência. Tudo começou quando Beatrice e George Bemis, diplomatas representantes dos Estados Unidos, ao chegarem ao Brasil, naquele ano, não encontraram nenhuma entidade de acolhimento para um filho com a síndrome de Down.
O fato motivou o casal a lutar por uma instituição que contemplasse o atendimento às pessoas com deficiência intelectual. Aliaram-se aos diplomatas, pais, amigos e médicos das pessoas com deficiência e, com eles, nasceu a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, em março de 1955, em uma reunião na sede da Sociedade Pestalozzi do Brasil, para escolha do Conselho Deliberativo.
Os contextos sociais da época categorizam as pessoas com deficiência múltipla e intelectual como diferentes dos demais, provocando dificuldades na aprendizagem. As instituições de ensino público e privado excluíam essas pessoas dos processos de ensino e aprendizagem que ofereciam aos alunos. Com o passar do tempo, o movimento apaeano se ampliou para outras capitais e cidades do interior dos estados. Entre os anos de 1954 a 1962 surgiram 16 Apaes em todo o Brasil.
Em Jaraguá do Sul, a história nasceu em 12 de julho de 1973 e foi construída com esforço, dedicação e solidariedade. As ações e propósitos da associação demonstram que a verdadeira deficiência habita no preconceito das pessoas, no descompromisso, na desinformação, na falta de educação, e falta de respeito. Pelos usuários, familiares e profissionais que frequentam a Apae, o lugar é definido como uma segunda casa, que torna a inclusão mais próxima da realidade.
Elder Stringari é presidente da instituição desde janeiro de 2020 e recentemente foi eleito, juntamente com outros membros voluntários que compõem a diretoria executiva da entidade, para mais um mandato de três anos, a partir de janeiro de 2023.
“Meu envolvimento começou em 2012 quando minha filha nasceu com Síndrome de Down e passou a fazer terapias de estimulação na Apae. Aos poucos fui me envolvendo nas ações da entidade, depois fui convidado a compor o conselho de administração e finalmente aceitei o desafio de assumir a presidência a partir de 2020. Minha filha não frequenta mais a Apae, está na escola regular, mas eu sigo fazendo minha contribuição com muita satisfação”, explica Elder.
Para o presidente, a inclusão social é a principal missão da entidade, sempre com o objetivo de incluir pessoas com deficiência na vida da família, na sociedade e no mercado de trabalho. De acordo com ele, para realizar essa missão, é necessário agir em muitas frentes, equilibrando avanços científicos para melhor compreensão da deficiência, além do aprimoramento nos atendimentos da entidade.
“Mantemos capacitação constante de nossos colaboradores, buscando profissionais de renome para tais ações. Buscamos inovação nos atendimentos, de forma que os mesmos além de eficientes, possam ser prazerosos para todos os que são atendidos na APAE de Jaraguá do Sul. Entendemos que, para que tenhamos melhores resultados, é preciso acolher as famílias e orientá-las, dessa forma nosso atendimento não se restringe apenas à pessoa com deficiência, mas sim a toda a sua rede de apoio/assistência. Articulamos com os serviços existentes na comunidade, para poder direcionar melhor às necessidades dessa pessoa ou de sua família”, esclarece.
Como contribuir?
Doe a partir da fatura de água e energia elétrica
Para participar, é necessário preencher o formulário autorizando a doação, com os dados do titular da conta. Você encontra este formulário para impressão no site da Apae de Jaraguá do Sul e também nos pontos de coleta.
Após o preenchimento tire uma foto legível e envie para Apae pelo WhatsApp: (47) 99187-8570 ou deposite nas urnas disponíveis nos pontos de coleta, localizados na Apae de Jaraguá do Sul, Giassi e Postos Mime (matriz e WEG II).
Pronto! Sua doação será debitada na conta de água ou energia elétrica e posteriormente será repassada para a Apae de Jaraguá do Sul.
Também é possível doar de outras formas:
Porém, de acordo com Elder Stringari, além de doações financeiras, existem diversas outras formas de contribuir. A comunidade pode ajudar ao estar aberta a conhecer a Apae, os serviços ofertados, a forma como atuam junto aos assistidos, além de entender o que é a deficiência intelectual e como ela impacta na vida das famílias e na sociedade.
“Todos estamos suscetíveis a vivenciar essa experiência, minimizar o preconceito seria um grande passo. Toda a assistência que uma pessoa com deficiência necessita para seu desenvolvimento é onerosa, contamos com a colaboração da comunidade nos eventos que a entidade promove, com doações para as campanhas promovidas e em trabalhos voluntários”, diz o presidente.
Ainda conforme Elder, o poder público tem um grande papel na manutenção da Apae. “Temos uma boa parceria com os três municípios que atendemos, Jaraguá, Corupá e Schroeder e também com a esfera estadual e convênios na esfera federal. Mas nossos custos são altos, necessitamos de profissionais especializados, há muita demanda (infelizmente nossa fila de espera é muito maior do que gostaríamos) e, em geral, os repasses não se equiparam ao aumento dos custos efetivos”, finaliza.
Onde encontrar
Entre em contato através dos telefones (47) 3370-2735 e 3370-9034 ou e-mail contato@apaejaragua.org.br. Para saber mais, acesse o site da Apae de Jaraguá do Sul apaejaragua.org.br. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira das 7h30 às 11h30 e 13h às 17h.