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Abdon Batista é um dos principais personagens da história política catarinense. Formado médico na Faculdade de Medicina da Bahia, Batista nasceu no dia 30 de julho de 1851, em Salvador. Após se mudar para Santa Catarina, foi deputado estadual, deputado federal e senador.
Além de prefeito de Joinville, Abdon foi vice-presidente da Província e vice-governador do Estado, ocupando o posto de máximo em Santa Catarina por duas vezes.
Em Jaraguá do Sul, o político dá o seu nome para uma ponte e uma importante instituição educacional. A Escola de Ensino Médio Abdon Batista – localizada na rua Epitácio Pessoa, uma das principais vias do Centro.
Em suas paredes, estão oito décadas de história.
Segundo artigo de Egon Jagnow, no jornal A Gazeta do dia 24 de maio de 1995, “criada pelo então interventor federal Aristiliasmo Ramos, sua pedra fundamental foi lançada em 7 de outubro de 1933”.
Após um ano e meio de obras, o primeiro grupo escolar público da cidade foi entregue para a comunidade em 8 de maio de 1935.
De acordo com Jagnow, o Grupo Escolar Abdon Batista oportunizou “uma boa instrução para os filhos daqueles que não tinham a possibilidade de enviá-los para as escolas particulares, suprindo uma lacuna muito grande na educação jaraguaense”.
O primeiro diretor da escola foi o professor Oto de Souza Dreer. A primeira professora a atuar na instituição foi Euália Dutra Benzetti.
Segundo o historiador Ademir Pfiffer, em entrevista ao documentário “Quem É Você Nesta História?” (não deixe de conferi-lo mais abaixo!), alusivo aos 80 anos da escola, as primeiras matrículas do então Grupo Escolar Abdon Batista já datavam de 1934, ou seja, as primeiras aulas foram dadas cerca de um ano antes da inauguração oficial.
Pfiffer explica que a instalação da escola teve o intuito de reafirmar a identidade do movimento republicano idealizado pelo presidente Getúlio Vargas na década de 30.
“Definitivamente chegou o ensino público de qualidade em Jaraguá do Sul”, contextualiza o historiador.
Além disso, o período de instalação da instituição coincide com a emancipação do município da cidade de Joinville, em 1934.
Muitos alunos, logo uma reforma
Apesar de ser uma novidade na educação da cidade, o prédio do Grupo Escolar Abdon Batista logo precisou ser melhorado.
“Apesar desta grande conquista, devido ao tipo de construção e a grande demanda, em 1941 já se reclamava: ‘O Grupo Escolar Abdon Batista funciona em um prédio com padrão de antigamente, adotado para tais estabelecimentos. Com o aumento da nossa população escolar e mesmo conforme o que prescrevem os mestres, o prédio já não pode satisfazer as finalidades para que se destina. Urge uma reforma'”, relata o texto escrito por Egon Jagnow.
O prédio do Grupo Escolar Abdon Batista recebeu muitas reformas e ampliações. Durante os anos, a escola passou por diversas transformações.
No ano seguinte a sua inauguração, já foi criada a Escola Normal Primária Complementar. Em 1962, foi criado o Ginásio Normal Regional, que funcionou até 1966. Em 1964, foi criado o Ginásio Normal Leonor de Souza Neves. Em 1971, a instituição passou a ser denominada Escola Básica Abdon Batista. Em 1981, a denominação era Colégio Estadual Abdon Batista.
Em 2000, a Escola de Ensino Médio Abdon Batista passou a atender apenas alunos do segundo grau nos períodos matutino, vespertino e noturno. A escola recebe estudantes dos bairros próximos ao Centro e aqueles que não conseguem vagas nos colégios do seu zoneamento.
Dois ex-alunos
Um dos alunos ilustres da Escola de Ensino Médio Abdon Batista é o senhor Egon João da Silva, um dos fundadores da WEG, que faleceu em 13 de setembro de 2015. Eggon foi um dos formandos do ano de 1943.
“Eu tenho muito orgulho de ter participado naquela época do Grupo Escolar Abdon Batista. Foi a escola que eu tive na minha vida. Logo que eu terminei no Abdon Batista, fui admitido no banco. Com esses seis anos nós conseguimos enfrentar a vida”, disse o empresário, em entrevista para o documentário “Quem É Você Nesta História?”.
Mas há outros alunos menos ilustres. Este jornalista estudou na Escola de Ensino Médio Abdon Batista no ano de 2004. Escrever este artigo trouxe muitas boas lembranças.
Lá, conheci amigos que são muito próximos até hoje, construí a minha identidade e fui até radialista. Ao lado do colega Stephen Belotto, que hoje também trabalha na área da comunicação, eu montei uma rádio na hora do recreio.
Mas não ficou só nisso. A minha paixão pelas palavras se tornou mais forte com as aulas do professor João Vicente. Ou seja, com certeza o que eu aprendi naqueles corredores faz parte do profissional que sou hoje.
Sobre o artigo que você leu
“Antigamente em Jaraguá do Sul” é uma série que investiga, resgata e preserva a memória de histórias, rotinas, pessoas e fatos que moldaram a identidade de nossa cidade. Tem alguma curiosidade ou dica que queira compartilhar com a gente?
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