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No corre-corre da Waldemar Grubba, só olhos muito atentos para perceber esse recanto. Entre o estacionamento da extensão da WEG e comércio alinhados à avenida estão os lagos, hortas e pomares cultivados por Irineu Mayer.
Os únicos que parecem encontrar o lugar são os pássaros – até mesmo aracuãs, atraídos pelas frutas e frescor das árvores tomam o lugar.
Mas além das aves selvagens que chegam ao terreno, Irineu tem sua própria seleção. A espécie mais exótica são os cisnes negros que flutuam tranquilamente nas lagoas da entrada.
O trabalho com os animais começou há cerca de 6 anos, pela beleza. “Comprei para bonito. Na época, diziam que não criava. Que não ia dar nada. Olha só”, comenta sobre as mais de 20 aves que tem.
Irineu sabe tudo sobre elas e mantém cuidados intensivos. Há um gosto antigo por esses animais, que se reflete em espécies de marrecas e patos, angolistas, perus, gansos e diferentes galinhas que ele tem.
Uma época criou até pavão e, nos anos 90, ganhou incontáveis prêmios com calopsitas. Em um campeonato que levou 20 aves para participar teve 19 primeiros lugares e um segundo. Depois, deixou o trato das aves para cuidar o pai, Estefano, já falecido.
Uma propriedade de 117 anos
Mais de 80 mil metros quadrados da propriedade foram vendidos para a vizinha multinacional na época em que a empresa estava expandindo o parque fabril. Mas 16 mil foram mantidos com gosto, para preservar a trajetória da família.
“Reservei uma parte porque tem história. Não é assim vender”, comenta Irineu. O terreno era originalmente do avô, Francisco Mayer, que tinha a escritura da terra em mãos há 117 anos. Uma época que a região era “só mato”.
Hoje os vizinhos são outros, bem urbanos. Tem o trem passando em frente, posto de gasolina, e aos fundos o vai e vem da produção da WEG. Irineu gosta de ter a empresa como vizinha, pelo bom relacionamento e por se sentir seguro.
Segundo ele, as câmeras de segurança ajudam a manter a propriedade bem vigiada.
Vida de agricultor
Difícil imaginar, mas foi de um terreno entre Centenário e Vila Lalau que muito alimento foi produzido. De uma família de 10 irmãos, Irineu foi o único que seguiu na lida. “Todos os irmãos fugiram. Eu não gostava de estudar, fiquei na roça”, conta com bom humor.
A primeira atividade que Irineu lembra era de gato leiteiro. “Mas o leite era barato, não sobrava nem pro sal”, conta. Depois verdura, mas tinha um ano que dava bem, nos outros não. Depois seguiram na banana.
“Só não matei e roubei. Mas se não dá uma coisa, passa adiante para melhorar. Não adianta andar de ré, precisa mudar a atividade”, afirma.
Essa alegria e uma calma para lidar com o trabalho acompanham Irineu, que hoje lidar com os animais mais por prazer. A renda para viver vem de aluguel.
No local, além da aves, têm as hortas e um pomar, e também cria abelhas no Rio Manso, perto de Campo Alegre.
Nas horas de folga, aproveita para visitar os filhos, mas também gosta de viajar. Conta animado das viagens para a Turquia, Grécia e África, onde aproveitou quatro safáris – claro que não deixaria de ver animais por lá.
Satisfação
Irineu gosta demais de lidar com a terra. A propriedade tem horta de milho, abóbora e couve que abastece a casa ou os animais. Também tem um extenso parreiral de uva, pé de nozes, laranja, limão e por aí vai.
Mas os cisnes são os que mais chamam a atenção. Eles ficam calmamente nas lagoas, embelezando. Os animais são bem dóceis e tranquilos na presença do criador.
Segundo Irineu, muitas pessoas param na cerca para tirar fotos ou pedem para conhecer a propriedade. “Muitos avós com crianças aparecem para ver de perto o que é um pato, uma galinha, a criança da cidade não sabe”, diz. Ele gosta muito de receber as pessoas, às vezes até serve uma garapa para os visitantes… Bem coisas de quem mora no sítio, não é?
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