Dia do Maquinista: passeios na região e história do trem em Jaraguá do Sul

Muitas pessoas não sabem, mas no dia 20 de outubro comemora-se o Dia do Maquinista, que celebra a profissão de quem é responsável pela condução dos transportes ferroviários no Brasil. Para comemorar a data, o Por Acaso separou duas opções de roteiro para fazer de Maria Fumaça pertinho de Jaraguá do Sul. A intenção é preservar uma memória que faz parte das origens de muitos moradores e oferecer uma experiência única para os mais jovens. 

Andar em uma Maria Fumaça é uma verdadeira viagem no tempo e uma oportunidade que não se encontra em muitos lugares. Veja onde fazer o passeio: 

Trem da Serra do Mar (Corupá/Rio Negrinho)

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O primeiro roteiro da lista é um dos pontos turísticos mais emocionantes da região, que reserva um trajeto repleto de lugares paradisíacos e paisagens de tirar o fôlego, além de percorrer o maior trecho feito por uma Maria Fumaça no Brasil.O passeio é todo feito em uma locomotiva à vapor de 1950 e percorre um trecho de 60 quilômetros, que corta a Serra do Mar.

É realizado em dois fins de semana por mês. No sábado, a saída é de Rio Negrinho, tendo Corupá como destino final. No domingo é possível fazer o percurso de subida, com saída de Corupá e chegada a Rio Negrinho. O caminho tem cinco túneis, além de viadutos e pontes.

O destaque vai para a beleza da natureza da serra, que conta com mata atlântica preservada e enormes árvores, rios e corredeiras, além de ser uma ótima oportunidade de vivenciar o funcionamento de uma locomotiva a vapor.  O passeio é conduzido pela locomotiva de 1950, atrelados a ela, são oito a dez vagões também originais datados dos anos entre 1910 e 1950, que revelam como eram as viagens dessas épocas.

Descida – de Rio Negrinho para Corupá:

O trem sai da estação de Rio Negrinho, às 9h30, seguindo pelo trecho de planalto até São Bento do Sul, passa pelas estações de Serra Alta e de Rio Vermelho, onde inicia o trecho pela Serra do Mar Catarinense, passando por cinco túneis, além de viadutos e pontes, como a que passa sobre o Rio Hansa Humboldt, que costeia a linha férrea, sendo um espetáculo à parte. Para o almoço, o trem faz uma parada na comunidade de Rio Natal, em meio a serra e por fim chega à Estação de Corupá.

Subida – Corupá para Rio Negrinho: 

O trem parte da estação de Corupá, às 10h30, iniciando a subida pela exuberante Serra do Mar Catarinense, inicialmente costeando o Rio Hansa Humboldt, um espetáculo à parte com quedas de água, seguindo o passeio por cinco túneis, além de viadutos e pontes. Também tem parada para o almoço na comunidade de Rio Natal. Ao fim da serra o trem continua por um trecho em meio ao planalto, passando pelas estações de Rio Vermelho e de Serra Alta e por fim chegando em Rio Negrinho, onde é possível apreciar um grande acervo ferroviário.

Os bilhetes de ingresso devem ser retirados com 30 minutos de antecedência. Crianças de até cinco anos levadas no colo não pagam, a partir de seis a dez anos o valor é diferenciado, de acordo com o combo escolhido. Oferecem serviço de bordo durante o passeio com produtos regionais, vendas de souvenirs e músicos que fazem apresentações curtas nos carros de passageiros.

Próximas datas do passeio em 2022: 

• Outubro –  22 e 23;
• Novembro – 12, 13, 19 e 20;
• Dezembro – 10, 11, 17 e 18.

Estrada de Ferro Santa Catarina (Apiúna)

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Fazer uma viagem um pouco mais longa vale a pena para viver uma experiência única. Apiúna é um município lotado de belezas naturais, privilegiado por paisagens panorâmicas, como o Morro do Bicudo, com 960 metros de altitude e incríveis cachoeiras, como a Andorinhas, Baú, Três Dedos, Burrichó e várias outras.

O município mantém vivo um importante marco da história do estado: a antiga Estrada Ferroviária de Santa Catarina, que dá a cada um dos visitantes a sensação de voltar ao passado  e viver uma experiência única ao embarcar no trem.

O início do passeio acontece no centro da localidade de Subida, em Apiúna, às margens da Estrada Geral Subida. Pelo trajeto, os visitantes são contemplados com um túnel de 68 metros, um viaduto de pedra com dois arcos em estilo românico com 12 metros de altura e uma passagem superior também em estilo românico.

A ferrovia também passa por um trecho de mata atlântica preservada até a entrada do pátio da Usina Hidrelétrica Salto Pilão, a partir de onde os passageiros podem contemplar a paisagem do Rio Itajaí-Açú, onde é realizada a prática do rafting e da rodovia BR-470. 

O término do passeio ocorre dentro do pátio da usina. Neste ponto ocorre uma palestra acerca da história da ferrovia e são dadas explicações relativas ao funcionamento da locomotiva a vapor e acerca do funcionamento de uma ferrovia. O retorno da composição à rampa de embarque se dá após a palestra. A duração do passeio é de 45 minutos.

O ingresso custa R$ 40 e crianças de até cinco anos de idade, levadas no colo, não pagam. A partir de seis anos o valor passa a ser integral para todos. A bilheteria funciona das 8h30 às 15h30 e a primeira partida é às 10h.

Próximas datas do passeio em 2022: 

• Novembro – 13;
• Dezembro – 11.

O que é uma Maria Fumaça?

Maria Fumaça é o nome popular de uma locomotiva movida a vapor, quando o combustível, que pode ser carvão ou lenha, é queimado em uma fornalha. O calor da queima aquece a água que fica em uma caldeira, produzindo vapor, que concentrado exerce pressão suficiente para movimentar a máquina.

O nome foi dado por conta da fumaça que sai pela chaminé do trem, que nada mais é do que o excesso de vapor e fuligem liberado no processo necessário para movimentação.

A história do trem em Jaraguá do Sul

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Chegou a hora de mergulhar de cabeça na história e entender um pouco mais sobre a origem do trem em Jaraguá do Sul. A chegada do trem no município, em 23 de junho de 1907, contribuiu de forma significativa para o desenvolvimento da colônia que cresceu ao redor da ferrovia. 

O meio de transporte ligou a região a grandes cidades, além de representar, até a década de 1960, boa parte do escoamento da produção agrícola, industrial e da madeira da região.

A locomotiva “Lauro Müller”, conduzida pelo maquinista Moraes, tinha o objetivo de testar o peso na ponte de madeira e chegou até a pequena estação telegráfica, local onde era feito o embarque, antes de a estação ferroviária ser construída, em 1909.

Em julho do mesmo ano, as obras das estações de São Francisco do Sul, Joinville, Jaraguá do Sul e Hansa (Corupá) também foram concluídas. A ferrovia possibilitou ainda a viagem de Jaraguá a centros como Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, levando os passageiros com elegância considerável para a época.

Em 1914 havia a exploração de cargas e passageiros, numa linha servida por 11 locomotivas, com o total de 612 vagões, sendo 48 de passageiros, dois dos correios, 50 para animais, 214 fechados para mercadorias, 50 abertos para mercadorias e 248 vagões de plataforma.

Os visitantes que passavam por Jaraguá do Sul, muitas vezes acabavam dormindo na cidade, o que fez com que hotéis como o Central, Brasil, Wensersky e Becker tivessem um ótimo crescimento.

De 1944 a 1991, o trem fazia o trajeto de Corupá para São Francisco do Sul diariamente em diversos horários, transportando pessoas, cargas, mercadorias e animais.