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Fazem cerca de 4 anos que Cayo Bayestorff, 28 anos, decidiu dar um novo rumo para a vida. O sentimento é que precisava sair da zona de conforto. Vivendo com os pais, trabalhando de segunda a sexta no escritório, estava levando uma vida comum entre jaraguaenses da sua faixa etária. Mas ele queria arriscar, queria algo novo.
O intercâmbio surgiu naturalmente como opção. Poderia aprender inglês e ainda dar uma virada total na rotina – na verdade, sair dela. Depois de várias pesquisas, a Austrália se destacou. Lá poderia aprimorar no idioma e ainda se desenvolver na área profissional.
“Eu decidi partir depois de muitos estudos sobre vários países, entre eles Estados Unidos e Canadá, porém a Austrália acabou me chamando mais atenção por ser um país rodeado de praias, com clima muito bom e pelo estilo de vida que as pessoas levavam aqui, mas um dos principais motivos da minha decisão foi pelo fato de que a Austrália estava em busca de profissionais na área de TI [Tecnologia da Informação]”, ressalta.
Como acontece com todos os intercambistas, a entrada no país foi com um visto de estudante, que permitia trabalhar 20 horas por semana e ainda estudar o idioma local. Atualmente, já bem colocado no mercado na área que desejava, aproveita a vida como um local.
Chegada do outro lado do planeta
Um ilha ensolarada e cheia de belezas naturais. A Austrália, um país continental, certamente enche os olhos. Cayo saiu de Jaraguá do Sul de mala e cuia para Sidney e até se ajustar à rotina tiveram contrastes entre a realidade de interior e a da metrópole com 5 milhões de habitantes.
O forte sotaque dos australianos, que quase transforma o inglês falado por lá em outro idioma, foi outra dificuldade no início.
“Para conseguir emprego com a questão da aula e o visto de estudante também era desafiador, porém, depois de alguns meses você vai se adaptando, conhecendo pessoas, fazendo boas amizades, entendendo a cidade, aprendendo a falar a língua local”, destaca Cayo.
Segundo ele, fazer amigos brasileiros ajudou muito na adaptação, desde a indicação para empregos, até os convites para festas que ajudam a conhecer mais e mais pessoas e formar uma rede de contatos.
“A comunidade brasileira é bem unida aqui, sempre rola muitas festas com bandas brasileiras. Na época existem festas de Carnaval, assim como festa junina entre outros. Existem vários grupos para cada área de TI, onde existem happy hours e meetings com apresentação do que está rolando no mercado e até mesmo oferecendo vagas de emprego”, comenta.
Cultura “de boas”
Cayo vê os aussies, como são chamados os australianos, com um estilo de vida tranquilo, mais descolado, onde cada pessoa tem seu jeito de ser e fazer as coisas – e está tudo certo. A mistura cultural traz uma diversidade muito grande.
“As pessoas aqui geralmente estão felizes, querendo conversar, saber como foi seu dia, perguntar de onde você é, de uma forma geral todo mundo é ‘no worries, mate’, um termo muito usado aqui”, explica.
Na Austrália, alguém esbarrou em alguém, um carro cortou a frente do outro, nada de cara feia, buzina ou aquele xingamento. Naturalmente as pessoas se desculpam pelo ocorrido e recebem um “no worries, mate” (sem problema, amigo).
“De uma forma geral você sabe que não foi de propósito e como as pessoas estão felizes aqui, não tem porque ficar bravo, e vida que segue, ou seja, não tem por que se preocupar, amigo. Acredito que isso seja também pelo padrão de vida das pessoas aqui, onde a classe média é a maioria”, avalia.
O país, como todo lugar nesse planeta, tem pessoas em situação de vulnerabilidade social, mas existe, segundo Cayo, um amparo muito forte do governo para ajudar essa parcela da população.
“Acho que o padrão de vida é mais ou menos igual para todo mundo aqui, todo mundo tem acesso a tudo, o que torna o dia e a vida feliz para todos”, completa.
E essa tranquilidade em tratar os outros acontece em todos os momentos, algo que continua surpreendendo Cayo. Perdeu alguma coisa na rua? Alguém vai dar um jeito de te encontrar para entregar.
“As pessoas são muito educadas que você acaba se impressionado, são pequenas coisas no dia a dia que mesmo por ser uma cidade que tem muita, muita gente, e muita correria, pode ter certeza que as pessoas tem o tempo de ser educadas uma com as outras dentro do ônibus, no trem, na rua, sempre vai ter tempo pra um gesto de gentileza e educação”, conta.
Australiano protetor da natureza
O meio ambiente no país é vasto, tão rico quanto o brasileiro, com suas particularidades, claro.
Enquanto aqui se caminha para uma consciência ambiental maior, lá o bicho homem parece já ter reconhecido a importância de viver em harmonia com a natureza – seja ela na forma que for.
“O australiano é muito protetor dos animais, é muito comum você ir na casa de um australiano e, por exemplo, ver uma aranha ou algum inseto e ele provavelmente já deu um nome para ele, eles não matam, preferem tirar ele de dentro da casa com cuidado”, relata Cayo.
- Olha o canguru!
É quase impossível falar de Austrália e não lembrar dessas incríveis animais que existem por lá. E é claro que Cayo já teve alguns episódios com esse animais, que são muito comuns.
Um deles foi até meio traumático, podemos dizer. “Eu estava dirigindo pro interior de New South Wales e um canguru se jogou na frente do carro que eu estava dirigindo e por pouquíssimo eu não atropelei ele”, relembra.
Mas tem muitas histórias engraçadas, como a do canguru que invadiu o centro de Sydney há alguns meses e deu uns pulinhos até a Harbour Bridge.
Sabores da austrália
Cayo conta que não existe um prato típico que chama a atenção quando assunto é culinária local. O mais incrível na cidade é poder encontrar variedade de ingredientes de todo o mundo numa simples ida ao centrinho do bairro. Têm China, Japão, México, Tailândia, Índia, Itália, França, e por aí vai.
“Porém, se você quiser realmente algo australiano, você pode comer uma empada de carne, a famosa meat pie, ou salsichas na grelha”, comenta.
E um programa imperdível e bem local para fazer envolve essa última opção gastronômica.
“Ir no parque na frente da praia e fazer seu churrasco ali mesmo, pois a maioria das praias de Austrália tem um espaço com churrasqueira elétrica de graça, onde você pode simplesmente chegar e assar seu churrasco, a melhor parte? Você vai dividir a churrasqueira com alguma pessoa de algum país muito diferente do seu e vocês vão experimentar a comida um do outro e conversar sobre a vida”, conta.
Outra delícia por lá são os cafés da manhã super fartos, com cafés deliciosos que são característicos do país que tem uma cultura cafeeira forte. As cafeterias costumam estar cheias.
Cayo explica que é um costume as pessoas capricharem aproveitando bem a primeira refeição do dia, e no almoço comer algo rápido na rua.
Vida de local
Depois de 4 anos no país, Cayo vive aproveitando as boas possibilidades que a Austrália tem para oferecer.
A rotina é acordar cedo, trabalhar no escritório e compartilhar os tempo livre com a namorada, Louise, natural da austrália, seja cozinhando a janta ou curtindo opções da cidade. Às vezes joga um futebol ou tênis a noite.
“Aos finais de semana, acordar cedo também, tomar um bom café da manhã pois os cafés aqui são excelentes, dar uma volta nos parques, na praia, fazer almoço, churrasco com os amigos, viajar pelos diferentes lugares da Austrália”, conta.
Segundo Cayo, o país oferece uma combinação de pessoas honestas, boas oportunidades de emprego e a possibilidade de conhecer pessoas de países diferentes. Também tem a estrutura, segurança que o país oferece e o poder da moeda local – o dólar australiano.
Esses já são motivos para ficar, mas também tem os do coração: a namorada, amigos, o time de futebol e as praias maravilhosas.
A saudade do Brasil bate forte muitas vezes e dá vontade de voltar no mesmo. Mas aí aquela ligação para família e amigos deixa o peito mais leve e aberto para seguir os sonhos.
Sobre o artigo que você leu
“Jaraguaenses Pelo Mundo” é uma série que compartilha com vocês tudo que passaram pessoas que optaram sair de nossa cidade para viver no exterior, e assim inspirar quem mais tem esse sonho. Conhece alguém com uma história legal pra compartilhar?
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