Compartilhe este conteúdo agora:
Comer. Mas comer com muita satisfação. É isso que move dezenas de pessoas ao Festival Gastronômico de Pomerode. E vale a pena sair de casa, como nós fizemos, numa quinta-feira fria, pegar o trânsito da Barra e subir a Serra por uma refeição?
Ricardo e eu, Natália, vamos contar essa história a quatro mãos pra vocês abaixo, comentando dos preços, sabores e sensações. Vem descobrir!
Viagem a dois
Entre os textos a seguir você vai encontrar comentários pessoais dos autores deste artigo, identifique os donos pelas cores:
Ricardo deixará relatos em azul
Natália deixará relatos em roxo
Um festival acolhedor
O evento já tem 15 anos, isso com certeza já responde algumas coisas. Numa quinta-feira fria, foi só passar das 19 horas que dezenas de pessoas começaram a chegar no Parque Municipal de Eventos de Pomerode, que é transformado completamente pro festival.
As mesas foram ficando cheias e o pessoal tava bem animado.
Dizem que também se come com os olhos. Na nossa opinião isso começa bem antes de ver o prato. E isso a organização do festival parece saber bem…
Entramos pelo pórtico principal (entrada inteira, R$ 10 por pessoa), e dali se tem a vista pro corredor principal do evento.
Tendas cobrem os espaços abertos do parque. Num chão de paver intercalado por tapetes feitos de grama sintética, dispõem-se mesas e bancos estilo festa de igreja. Flores, tecidos, luzinhas, biombos, luminárias suspensas, há adornos por todo lado. É amplo, mas intimista. Dá pra sentir o carinho no visual.
Pomerode pode ser quente em janeiro (quem nunca fritou a cabeça durante um almoço na Festa Pomerana?), mas agora no inverno rola o oposto.
Fui de casacão, cachecol, toca e meias grossas, e não passei perrengue. Tinha uns senhores lá usando nada mais que uma camisa social, mal conseguiam disfarçar o sofrimento. Sugiro não arriscar nem mesmo ir só com um moletom. Vai preparado, pois o frio pode estragar a experiência. 🙁
Quem não caprichou nos casacos e chegou cedo, pôde se aninhar perto dos aquecedores a gás – mais um toque de atenção que acaba deixando todo ambiente mais quentinho.
Bebidas pra começar
Quando pedimos sugestões dos leitores, muita gente recomendou pegar uma taça de vinho. Porém, pra mim, uma ida à Pomerode pra não tomar cerveja soa até errado.
Entre as opções tem pielsen, mas o foco das cervejarias tá nos sabores mais “fortes”. Fã que sou, cai direto na stout servida pela Schörstein. Até tinha feito nota mental pra experimentar uma bock, que nunca tomei até hoje, mas depois do efeito do segundo copo resolvi parar com o álcool. 😐
- O custo pra brindar
- Cerveja sem álcool = R$ 10
- Chopp Pielsen = R$ 10
- Chopp bock, IPA, porter, pale ale, weiss, witbier ou vinho = R$ 14
- Chopp imperial stout ou porter café = R$ 15
Eu tomei o Glühwein, o “vinho aceso” dos alemães. É quentão que não é quentão porque a receita é outra – não tem cachaça, nem gengibre, mas vai limão, laranja e anis-estrelado, segundo a simpática senhora que me serviu.
Uma das coisas legais é a barraquinha onde você retira a bebida. Cheia de lâmpadas na frente, diz a organização que é uma “casinha de madeira típica igual a das feiras de inverno alemãs”. Eu acredito, era lindinha mesmo.
Como eu levei minha caneca do evento de um ano anterior, 200 ml da bebida saiu por R$ 10 e valeu a pena.
Realmente me acendeu – minha mão que vive gelada ficou quentinha a noite toda. O aroma consegue ser melhor que o sabor, que lembra o quentão e traz um leve amargor cítrico da fervura das frutas.
É sensacional a ideia da caneca para evitar desperdício de copos. Acho até que deveria ser liberado o refil pra qualquer caneca, mas entendo o capitalismo da coisa.
Mas há vantagens no negócio: o refil custa R$ 10, bebida + caneca custa R$ 20, e só bebida no copo descartável tá R$ 12. Se você tomar quatro Glühweins pagou a caneca – e dá pra fazer isso em dupla.
- Peça seu Glühwein como um local
Tá cheio de alemão em Jaraguá do Sul, eu sei, mas acho que já tem mais gente de outros cantos, não é? Então vamos pro curso rápido de pronúncia: É GLIN VÁIN – com o “in” meio anasalado como se tivesse um til no “i” – se é que isso faz sentido, professores de alemão me perdoem.
Se não entendeu nada manda um recado que a gente te envia um áudio.
Petiscando com pratos
Pra acompanhar o primeiro copo tinha que rolar um acepipe (vulgo belisco). Depois de me afundar no cardápio por uma eternidade, fiquei entre duas opções.
A primeira era um prato de curry wurst com batatas fritas (R$ 38), a segunda um de bretzel com salsichas, patê de queijo e bolo de carne (vulgo “Bayerische brotzeit”, uehauhea).
Como bretzel é uma parada que fica MUITO BEM acompanhando uma cerveja, foi essa a pedida. O prato da foto abaixo custou 45 mangos – comentem.
Dica importante: tem que comer as salsichas vermelhas ainda quentinhas, caso contrário elas ficam “não tão boas assim” e/ou “meio na graxa”. 😐
E agora, o quê comer?
Na hora da comida, infelizmente – ou felizmente pro meu eu indeciso – não conto com as mais de 80 opções de pratos.
Não como carne e aí fiquei entre as 7 opções vegetarianas e a única vegana. Então, ao total, eu tinha 8 opções, 10% do cardápio. Aos veganos, sinto dizer, o índice cai pra 1%.
Opto por opções vegans na minha rotina, mas caio em tentação. A única opção de prato sem nenhum ingrediente de origem animal é um nhoque ao sugo bem servido – mas é um prato que eu como com bastante frequência em casa.
Acho que faltou imaginação nessa única opção. É ótimo que se atenda ao público, mas dá pra melhorar. Um molho com cogumelos já daria um tcham pra essa opção, imagina um molho branco à base de leite vegetal de castanhas? Acho que vale muito a pena elevar a gastronomia vegana no festival.
Voltando à minha opção, os pratos vegetarianos caem na dupla massa e queijo – tirando um hambúrguer de grão-de-bico, alho poró e quinoa.
Minha opção foi por algo mais invernal e diferente. Mergulhei num ravioli recheado com brie, damasco e nozes do Restaurante Bierwein. O prato custou R$ 45 e veio bem servido, com seis raviolis grandes – comi até dizer chega.
Tava bem saboroso mesmo, a mistura do recheio super acertada. Minhas considerações ficam para: o ravioli tava muito al dente pro meu gosto, poderia ter cozinhado um pouco mais, e, até pelo frio do ambiente, não tava super quentinho.
Pelo preço do prato, que não é nenhum buffet, são detalhes que fazem diferença, sabe?
No Instagram o leitor @edilson.fisio tinha comentado que a gente não deveria deixar de provar o escalope de mignon ao molho de fondue de queijo, acompanhado de talharim caseiro. PHODA, HEIN? Custa R$ 48, e é servido pelo restaurante Wox Club, que fica no box 8.
Porém, eu estava com sentimentos carnívoros me atiçando, e não resisti pedir o filet mignon ao creme gorgonzola servido pelo restaurante Siedlertal.
O prato vem acompanhado de purê de batatas e batatas rústicas (o que eu chamei de “batatas com batatas”). O preço também é R$ 48 (aliás, tudo lá fica custando quase cinquenta pilas… os pratos mais baratos do festival são sopas, peixes, cremes e massas), e me dei satisfeito com a experiência.
Confira os preços e cardápio completo do 15º Festival Gastronômico de Pomerode
Clique para acesso, são mais de 100 opções de pratos pra descobrir! Cada um dos restaurantes participantes do Festival traz um prato especialmente criado que representa uma região alemã e suas tradições.
Quem quer doce?
Sou formiguinha. Claro que precisava de um docinho depois. O cardápio é bem servido nesse quesito. Eu contei, são 23 opções – sem contar as cucas, pra quem tiver estômago pra isso.
Tem opções tradicionais como strudel, espetinhos, fundue, panqueca, brownie; e umas loucuras como maçã com canela assada recheada com nozes e servida com calda de baunilha e caramelo, e nhoque recheado de damasco com farinha de canela.
Fui de opção vegan, a R$ 37, um fundue de chocolate amargo da Nugali que dividi com meus pais, Simone e Jorge.
Todo mundo comeu bem. Tava super delicioso, só queria reivindicar mais uns morangos, tinham só três – magoei.
Passei a sobremesa, não tava fim. Porém acabei caindo na lojinha da Nugali e peguei por gula uma barra (que ainda está fechada) daquele chocolate ao leite phodauser que eles têm.
Não se engane por estar comprando o produto no quintal dos caras, mesmo ali a Nugali continua tendo preço Nugali: menos R$ 13 pilas na carteira. 😐
Servidos ao modo Pomerode
Sentados confortavelmente pertinho de um aquecedor, reparamos na galera que trabalha no local. Os garçons e garçonetes bem alinhados, terno branco, gravata borboleta e tudo. Esses são os responsáveis pelas bebidas, que dava pra pedir da mesa.
As comidas você pede no box do restaurante que escolheu. Tem cardápios em todas as mesas. Ali você confere o prato e quem oferece. Anote mentalmente o número da mesa e vá fazer o pedido, o prato é trazido pra você por um garçom do restaurante.
Também tem um exército de profissionais com um avental do evento cuidando da limpeza – terminou o prato, logo vem alguém recolher, e vai deixando o ambiente super organizado.
Qualquer boa experiência fora de casa sempre pode ser estragada por um vetor em comum: o atendimento.
Mas, vejam só, num ambiente daquele tamanho e pra um público enorme precisando de atenção, o Festival Gastronômico não decepcionou.
Simpatia, atenção e cordialidade acompanhavam cada pedido e visita dos garçons.
E cuidado com a armadilha, é certo que deliberadamente escalam amáveis senhorinhas de idade pra trabalhar pelos caixas…. É uma doideira, cê torra toda a grana que tem na carteira e ainda sai cheio de amores. 😲
Quanto gastamos? Foi a dois e comendo mutcho!
Sugestão econômica
Extra, extra!
TINHA MÚSICA: chegamos tava tocando um álbum do Aerosmith. Inesperado! Depois entrou uma dupla de músicos com repê barzinho, fazendo aquele som ambiente.
TINHA CULTURA: vimos um trecho de uma apresentação de um grupo folclórico, o mais antigo de SC ou algo do tipo. Apresentação legal, dá vontade de sair saltitando. Os homens do grupo tavam soltando uns “iiiiirrrra”. Animados. A programação sempre tá bem diversa.
TINHAM LOJINHAS: ao redor do “salão principal” tinham várias casinhas de madeiras onde foram montadas lojinhas dos apoiadores do eventos. Quase saímos de lá com uma manta fofinha da Karsten, mas já tinha gastado a cota. Tem lojinha da Nugali Chocolates, Olho Embutidos, e outras coisas bacanas made in Pomerode.
TINHA FEIRA DE ARTESANATO: num dos galpões, os artesão da cidade montam um feirinha linda cheirosa. Era só entrar pra sentir um aroma gostoso. Tinham coisas bem legais. Minha mãe, Simone, não resistiu e me comprou uma ovelhinha de pelúcia. Disse que era pra filha, acharam que era uma criança. Bom, por dentro às vezes eu sou.
TINHA CUCA E PÃO SAINDO DO FORNO! Não deixe de passar na padaria ao final pra levar alguma beleza dessa pro café da manhã no dia seguinte. Tem cuca de tudo quanto é tipo, a gente trouxe uma de coco pra casa. E ATENÇÃO PARA O HACK: segundo a senhorinha que atendeu a gente, cucas de ontem já estão “velhas”, então vendem por metade do preço! Imagina se a gente não aproveitou…
- Sobre o evento
- O quê: 15º Festival Gastronômico de Pomerode
- Quando: até 21 de junho – de segunda a quarta-feira, das 18h às 23h; de quinta-feira a sábado, das 18h à 0h; aos domingos, das 10h às 15h
- Onde: Parque Municipal de Eventos de Pomerode, na avenida 21 de Janeiro, 2.700, Centro
- Quanto: R$ 10 a entrada
Conteúdo Absoluto Por Acaso
Gostou da experiência? Nós a chamamos de Conteúdo Absoluto, um programa que oferece jornalismo sem interrupção por publicidade. Cada artigo em nosso site tem seu próprio e único apoiador.
A Cosmos Turismo é um dos padrinhos de sua leitura, legal né?
Clique aqui, saiba mais sobre a proposta e veja como participar.
Sobre o artigo que você leu
“Descobrindo a Região” é uma série sobre aquelas pérolas pouco conhecidas do turismo regional. Refúgios, roteiros, paisagens, restaurantes legais, eventos típicos etc. Aqui sempre vai ter algo que possa te inspirar a um passeio que não exija ir muito longe.
Não esqueça de compartilhar:
Caixa de comentários
VOCÊ TAMBÉM VAI QUERER LER