A Mirana, uma jiboia arco-íris, vem fazendo fama na internet. A cobra de estimação adora posar para fotos e já tem muitos fãs!
O biólogo da Fundação Jaraguaense do Meio Ambiente, Christian Raboch, é dono da serpente e contou para o Por Acaso, em detalhes, como é a rotina de cuidados com o animal e como é possível ter uma jiboia devidamente legalizada.
Por que ter uma jiboia em casa?
Já formado em Biologia, Christian iniciou os trabalhos com o resgate de fauna em Jaraguá do Sul. Ele admite que até então tinha medo e foi ali que começou a ter contato com as cobras e serpentes. O biólogo percebeu que muitas pessoas também tinham pavor desses animais, mas que considera isso é comum porque ainda hoje existem muitos mitos populares que assustam as pessoas, mas não são verdadeiros.
Pensando nisso, ele conseguiu a jiboia Mirana, que ele leva em vários lugares para conscientizar as pessoas. O biólogo destaca a importância da educação ambiental, para que possamos preservar as espécies. Juntos, Christian e a Mirana proporcionam grandes experiências para a comunidade, que pode ver o animal de perto, tocá-lo e aprender sobre ele. Ele considera esse trabalho importantíssimo, pois nem toda serpente tem peçonha, em geral são animais pacíficos, e não há necessidade de matar quando se deparar com um.
“Tenho ela como PET não convencional e uma ótima parceira para trabalhos de Educação Ambiental”, destaca o biólogo Christian Raboch.
Como é o local onde vive Mirana?
Christian explica que o desafio não é se resume à legalização do animal, ter uma serpente também exige alguns requisitos especiais. O principal é um espaço adequado, um terrário com temperatura controlada – a Mirana é uma espécie vivente da Amazônia, então seu espaço deve ser aquecido e, em Jaraguá do Sul, ela não se adaptaria com temperaturas frias do inverno, o ideal é de 25°C a 30°C.
A alimentação da jiboia Mirana e de todas as serpentes é carnívora, por isso, sua refeição são pequenos animais roedores, o mais comum é o rato, mas pode ser até porquinho-da-índia, coelhos, etc.
De onde veio Mirana?
A jiboia foi comprada pelo biólogo em um criadouro legalizado, chamado Jiboias Brasil, localizado em Belo Horizonte. Ela veio de carro até Joinville, onde Christian foi ao seu encontro. Tinha apenas 80 gramas na época, e poucos meses de vida – entre quatro ou seis. Hoje ela já tem dois anos e três meses, pesando mais de um quilo e tem 1,30 metro de comprimento. Christian conta que ela tem uma expectativa de vida de 25 a 30 anos e deve chegar até 2 metros.
Por que Arco-Íris?
A explicação do nome se dá devido a uma observação muito bonita que acontece quando a luz incide sobre as escamas da serpente, funcionam como um prisma e decompõem a luz do raio solar em diferentes cores do arco-íris.
Como funciona a legalização?
Inicialmente, elas devem ser compradas apenas de criadores legalizados e com registro no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Assim, terá garantia de que ela nasceu e foi criada em um cativeiro responsável. Elas acompanham um microchip, utilizado pelos órgãos de fiscalização, além de nota fiscal. Mas, o Ibama autoriza apenas a posse de espécies não-peçonhentas, como a jiboia, a cobra milho, píton-da-índia e píton-real.
Um criadouro autorizado irá conhecer os hábitos da espécie escolhida e vai dizer qual a melhor escolha caso você queira ter esse pet exótico. A posse ilegal é crime e possui grandes consequências.
Educação Ambiental é levar conhecimento, é desmistificar! finaliza Christian