Morar fora do Brasil é um sonho de muitas pessoas, alguns suaram a camisa e hoje desfrutam de uma vida na gringa. É o caso do jovem Jeferson Klug que passou por vários perrengues mas hoje vive uma vida de cinema!
Jeferson veio de família humilde, na época muito jovem também não tinha condições para bancar uma viagem aos Estados Unidos, a qual era seu grande sonho desde seus 14 anos, quando assistia filme, séries e imaginava como seria morar em um país estrangeiro.
Com seus 18 anos, Jeferson não pensou duas vezes e foi fazer seu passaporte, quis deixa-lo pronto para se caso fosse fazer a viagem essa parte do processo já estaria pronta. Nesse meio tempo o jovem trabalhava na WEG de Jaraguá do Sul, dentro da empresa um amigo trouxe para lhe mostrar, um vídeo, onde mostrava carros dos Estados Unidos, brasileiros trabalhando com carros de luxo em Miami.
Nesse momento ele sentiu que se fosse para lá poderia conseguir uma qualidade de vida melhor, não só para ele, mas para os seus pais.
”Eu não via muito o futuro aqui, pensava muito na minha qualidade de vida futuramente. A busca pela vida lá fora foi um sonho com uma meta para garantir uma vida melhor” destaca Jeferson
Já com seus 21 anos, Jeferson fazia faculdade de Administração e mais tarde conseguiu um estágio no Banco do Brasil, por conta do seu curso. Mas por ser estágio ainda assim era praticamente impossível ter dinheiro para comprar a passagem e viajar para os EUA.
O tempo foi passando e o estágio estava chegando ao fim, sem a possibilidade de renovar, a ideia era então fazer a viagem.
O jovem pediu então na época, dinheiro emprestado ao seu tio e comprou a passagem. Jeferson conta que poucas pessoas lhe apoiaram, muitos julgaram e disseram que seria impossível.
O maior apoio veio do que depois virou seu melhor amigo, o”Dudi”, apelido de Giuliano. Era quase impossível que tivessem contato, pois Dudi foi o primeiro pretendente a se relacionar com a ex namorada de Jeferson.
Mas como ele mesmo conta, ”deixei meu orgulho de lado e comecei a conversar com ele”, faziam faculdade na mesma universidade então era mais fácil se aproximar, e a amizade rendeu bons frutos, em pouco tempo foram criados laços, um frequentava a casa do outro, saiam juntos, e o mais importante: a viagem aos EUA.
A passagem estava comprada, mas Jeferson ainda não tinha dinheiro para poder viajar, faltava poucos dias para o dia da viagem.
”Eu to ferrado, como eu vou pisar naquele país se eu não tenho dinheiro? Mas eu vou ir, vai dar certo”, pensava Jeferson.
Pouco tempo antes da viagem, um grande amigo de infância Vagner Tonin, foi o responsável por mais uma ajuda:
” Vagner! Eu to indo para os Estados Unidos na semana que vem, preciso de mil reais emprestado ”, disse Jeferson ao seu amigo, que emprestou sem pensar duas vezes e o apoiou dando muito incentivo.
O jovem conta que tinha muita vergonha em dizer que não tinha dinheiro, as coisas estavam apertando e Jeferson queria fazer a viagem e tentar mudar de vida. O tempo foi passando e amigos que estavam ao seu redor não lhe apoiavam, ouvia que ele não iria conseguir, perguntavam o que ele iria fazer lá já que não sabia falar nem inglês, foram tempos difíceis.
”Eu percebi que muitos que estavam do meu lado não me apoiaram, acredito que por que tinham medo do meu potencial”, destaca Jeferson
Chegou então o dia de vir embora, Jeferson veio com uma pequena mala emprestada de seu primo, poucas peças de roupas e seus mil reais.
”Seja o que Deus quiser, eu vou fazer acontecer, eu sou novo, tenho saúde, não tenho medo, pensava Jeferson
Chegando no aeroporto ele foi imediatamente trocar os reais em dólares, e de R$ 1.000, ficaram US$ 234,00.
A realidade era diferente, foi um choque. Os dois primeiros meses foram difíceis, não conseguiu um trabalho, dividia aluguel de uma casa com seu melhor amigo e outros conhecidos. Foi preciso a ajuda de seu amigo nesse início para pagar parte do aluguel, comprar comida, etc.
Em sua primeira semana Jeferson conta que havia um casal que morava com eles na casa e estavam indo embora, e teriam que limpar a casa para poderem sair. A moça disse que pagava uma pessoa para fazer a limpeza. Jeferson não pensou duas vezes e se ofereceu para fazer o serviço, afinal era pago US$ 80,00 para a limpeza, e esse dinheiro daria para comprar duas semanas de mercado.
Além disso a moça tinha um cachorro, o qual precisava dar banho também, e geralmente pagava US$30,00 para o banho, novamente Jeferson se ofereceu e disse que então faria o banho do cãozinho e a limpeza da casa. E seus primeiros US$110,00 dólares foram limpar uma casa e dar banho em um cachorro.
Mas a história do cãozinho não para por aí. Na casa com eles morava o irmão de seu melhor amigo, um rapaz muito divertido que fazia brincadeiras e agitava a casa. O rapaz ao ver Jeferson lavando o cachorro na banheira, fez um vídeo para enviar aos seus amigos, brincando com eles dizia:
”Galera, eu peguei um cachorro de rua, e trouxe para o Jef, para ele lavar por US$30 dólares. Que sorte! começou bem”, brincava o amigo no vídeo
Jeferson sabia da gravação, os dois combinaram e riram com a situação. Mas a surpresa veio mais tarde quando o amigo publicou o vídeo em seu Facebook e a cena viralizou, em Jaraguá o vídeo deu o que falar!
Jeferson conta que até ficou chateado pois era para ser uma brincadeira, mas as pessoas diziam: ”Poxa, saiu de Jaraguá do Sul para lavar cachorro nos EUA, se fosse para fazer isso ficava aqui”.
Infelizmente hoje eles não tem ainda o vídeo, mas tem o registro da foto do cãozinho:
Mais tarde Jeferson conseguiu seu primeiro emprego em uma loja de brasileiro, a qual em primeiro momento disse que não estavam contratando. Essa loja trabalhava com envelopamento de carros. Aqui em Jaraguá Jeferson conta que já havia tido contato com esse serviço, não sabia fazer exatamente mas tinha uma noção.
Se jogou de cabeça, viu uma van sendo envelopada e disse ao dono do lugar: ”Eu sei fazer isso!”. O homem deu umas ferramentas e disse para ele terminar o veiculo para que ele pudesse avaliar.
O desespero bateu, ele não sabia fazer, mas precisava mostrar que conseguia. Foi relembrando e aos poucos terminando a porta da van, o homem viu o resultado e gostou, disse que se ele pudesse já poderia começar na segunda-feira, o serviço lhe rendia US$350,00 por semana.
Nesse local que iniciou aprendeu muito, lhe rendeu boas experiências, ficou entre 7 e 8 meses no local. Infelizmente para a empresa houve uma baixa no mercado e ele foi dispensado.
Após isso uma série de acontecimentos o levaram até aonde está hoje, altos e baixos. Jeferson conta que precisou alugar um carro, era caríssimo o aluguel e o carro era extremamente velho.
Até fotografando foto com turistas na rua, fantasiado de bombeiro para ganhar dinheiro Jeferson já fez:
Tentou trabalhar entregando pizza, mas como ele mesmo diz: ”Era um Deus nos acuda” por que não sabia falar inglês, então não deu certo.
Com seu carro velho lá ia Jeferson entregar currículo. Em um desses dias o acaso veio até ele. Uma caminhonete quase atingiu ele enquanto trafegava pela via. Um homem muito educado e gentil que dirigia a caminhonete pediu mil desculpas por ter quase lhe atingido. Sem reação Jeferson disse que não falava em inglês, para a sua sorte o homem conseguia entender um pouco através do espanhol, a conversa fluiu, contou que era brasileiro e que estava entregando currículos.
Para o seu espanto o homem convidou ele para um jantar, disse que iriam algumas pessoas e que se ele tivesse disponível talvez iria conseguir uma oportunidade de trabalho para ele.
É impossível que a gente cruze com alguém e essa pessoa tem uma oportunidade a oferecer, conta Jeferson
No início ficou com receio, aquilo era estranho, mas enviou a mensagem e confirmou a sua presença. Chegando no local, que era bem no centro de Las Vegas, o tal jantar era simplesmente em um dos prédios mais caros da cidade, o Mandarin Oriental. Já no estacionamento era possível ver somente carros de luxo chegando, Lamborghini, Ferrari, Rolls-Royce.
O jantar foi divertido, conseguiu se comunicar com algumas pessoas, e possivelmente estaria conseguindo um novo emprego, a noite passou, foi para casa e já no outro dia recebeu então uma proposta para o trabalho em um restaurante, pois como disse o homem ”já que você não fala muito inglês” talvez seria mais acessível essa vaga. O trabalho era como auxiliar de restaurante, limpando mesas, organizando, etc.
O lugar era legal, era um restaurante mexicano. Garantia seu salário de US$2.800 a US$3.500 aproximadamente, e também conseguiu aprimorar a sua comunicação, se tornando fluente no espanhol. Ficou 11 meses no restaurante e no final já não estava mais rendendo, pois nos Estados Unidos a maioria do dinheiro se dá por meio do ”Tip” ou como chamamos, a gorjeta. E por fim, estava fraco o movimento, o salário foi baixando.
Após essa experiência no restaurante, apareceu uma oportunidade novamente na área de envelopamentos de carro, onde Jeferson começou a trabalhar novamente e garantiu mais experiência no ramo, subindo até mesmo para outra empresa do ramo que foi a que ele teve os primeiros contatos com carros de luxo.
Nesse meio tempo conheceu uma garota que colaborou com o seu posicionamento, através do relacionamento com ela Jeferson se tornou mais maduro e focado em seu trabalho.
Percebeu então que o que ele fazia lhe rendia bons frutos, e era bom no serviço, era dedicado e esforçado. Trabalhava ao mesmo tempo em duas lojas de envelopamento de carros.
E no seu tempo livre que era no final de semana, Jeferson começou a divulgar seu trabalho nas redes sociais, começou a ficar conhecido, e então também fazia os serviços em casa.
Com o tempo Jeferson tinha mais rendimento fazendo em casa do que quando trabalhava nas lojas. Chegou a fazer Porsche, Ferrari tudo na garagem de sua casa. Seu Instagram foi crescendo e se tornando referência.
E então chegou o dia em que o responsável da Lusso Auto Spa & Design uma das maiores lojas de Las Vegas entrou em contato vindo de seu Instagram, convidando ele para jantar, e posteriormente lhe oferecer uma vaga na Lusso.
Porém Jeferson não deu muita conversa pois já sabia que as lojas não costumam remunerar a quantidade que ele estava fazendo em casa, ou até mais. Mais tarde na conversa Jeferson fez sua proposta baseado no que vinha recebendo, e para a sua surpresa ele aceitou.
Nesse momento ele também já havia feito seu registro, o CNPJ que no Estados Unidos é chamado EIN – Employer Identification Number. Hoje então tem a sua empresa que presta serviços para a Lusso, a mais de 2 anos, e é chamada de Brazilian Car Wrap.
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E a nossa mensagem para você, é que se você tem um sonho: não desista! tudo é possível para quem acredita!