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Quando o clima voltar a esquentar, os registros de animais de sangue frio também aumentam. As cobras, lagartos e demais animais deixam o aconchego das tocas de inverno para voltar a ativa.
O biólogo da Fujama, Christian Lempek, comenta que esse comportamento se deve às características biológicas dos animais de sangue frio. Quando a temperatura ambiente é baixa, o metabolismo deles fica lento, fica difícil de se locomover e manter as atividades.
“Quando começa a esquentar, agora na Primavera, a temperatura começa a aumentar e o metabolismo deles também aumenta, então por isso é comum agora na Primavera esse boom, esses animais saindo da toca para procurar alimento e para se reproduzir”, pontua.
O principal cuidado nessa época do ano é com as cobras, tanto na área rural, quanto no centro. O principal é a prevenção, não dar condições para acidentes.
“O que a gente recomenda é deixar o mais limpo possível o jardim, organizado, sem entulho, sem resto de alimento jogado no chão porque atrai rato, atrai barata, e a urina acaba atraindo a jararaca, a jararacuçu que são espécies peçonhentas aqui da região”, conta.
Quem gosta de natureza, também aproveita a chegada da estação para fazer trilhas, tomar banhos de rio e cachoeiras. Nesses casos, é possível encontrar no animal na mata, que é o habitat natural deles.
A dica é ter plena atenção na caminhada, ir com calma e paciência. Usar botas altas ajuda a evitar acidentes.
“É claro que não é todo mundo que vai pra cachoeira que vai usar uma bota alta, mas tentar prestar bastante atenção ao chão, ir sempre com calma e se for tomar banho na cachoeira, cuidado ao voltar e pegar o tênis, ou bota, a mochila”, comenta.
Conhecendo as cobras
Segundo Christian, no Brasil existem 4 grupos de cobras peçonhentas: das jararacas; das cascavéis, o grupo das corais e o grupo da surucucu-pico-de-jaca.
“Aqui na nossa região, comumente a gente encontra a jararaca e jararacuçu, que fazem parte do grupo bothrops, e também as corais verdadeiras, que faz parte do grupo elapídico”, conta.
No município existe soro antiofídico nos hospitais para tratar todos os grupos de serpentes.
Em caso de acidente, o primeiro passo é tentar manter a calma e tirar uma foto do animal. Muitas pessoas tentam capturar a cobra, mas isso não é aconselhável, já que pode ocasionar outro acidente.
Se não conseguir ver o animal, basta manter a calma e ir para o hospital.
“Muitas pessoas fazem torniquete, que é errado, chupa a ferida para tentar tirar o veneno, cortam com a faquinha ao redor da ferida pontos para o veneno acaba escorrendo, isso acaba atrapalhando”, ressalta.
Cuidado sempre
O biólogo ressalta que apesar do ciclo desses animais ser mais ativo na Primavera, Verão e Outono, é importante lembrar que no Inverno também é possível encontrar uma cobra – elas não somem completamente, apenas ficam menos ativas.
Acima de tudo, buscar essas informações e conhecimento é importante para manter a conservação do ecossistema.
Christian comenta que muitas pessoas aprendem que se deve matar esses animais por conta do veneno, o que acaba criando um terror e trauma.
“Como qualquer animal, eles vão acabar se defendendo e pode ocasionar um acidente, mas eles fazem parte de um ecossistema, eles tem a função deles, a jararaca, por mais que tem peçonha, não é para picar o ser humano, é pra se alimentar”, pontua.
Importância das cobras
Além do valor ecológico das cobras para o ecossistema, ele ressalta ainda importância científica desses animais citando um estudo recente que apontou o veneno da jararacuçu como um possível inibidor do vírus Covid-19.
O veneno da jararaca também é maté-prima para o captopril, que é um medicamento utilizado para combater a pressão alta, do veneno da cascavel foi criada uma cola biológica utilizada em cirurgias e um analgésico 10 vezes mais potente que a morfina, cita o biólogo.
- Tem cobra na sua casa? Chama da Fujama!
Essa matéria trouxe várias informações sobre as cobras pra gente aprender a conviver com elas, mas também não se empolgue achando que vai saber distinguir elas. Apenas o trabalho de um especialista pode de fato identificar esses animais. Se aparecer alguma na sua casa, chama o serviço de resgate da Fujama.
Os chamados podem ser feitos pelo telefone da Fujama, o 3273-8008, de segunda a sexta, das 7h30 às 17 horas. Nos demais horários e fins de semana é possível solicitar o resgate aos Bombeiros, pelo 193.
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