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Já parou para pensar no porquê a rua da sua casa tem o nome que tem? O fato é que a maioria delas leva nomes de pessoas que, de alguma forma, fizeram parte da história de Jaraguá do Sul.
São 38 bairros que abrigam aproximadamente 1,8 mil ruas, das quais mais de 233 (nós contamos) são nomes de mulheres que fizeram alguma diferença por aqui.
Resolvemos, então, resgatar histórias e falar sobre algumas dessas mulheres. Com a ajuda do pesquisador e historiador Ademir Pfiffer, e da Silvia Kita, do Arquivo Histórico Eugênio Victor Schmöckel, nós conseguimos reunir histórias de mulheres de notoriedade no município.
Como não poderíamos falar de todas em um post só, escolhemos seis, das principais etnias presente na cidade: alemães, poloneses, italianos, húngaros, pomeranos e os negros.
Assim pudemos representar um pouquinho do que cada uma representou em vida em Jaraguá.
Bertha Weege (pomeranos)
Rua Bertha Weege – Barra do Rio Cerro
Bertha Karsten Weege nasceu em Blumenau, no dia 27 de fevereiro de 1881 e faleceu em 3 de setembro de 1961.
Foi casada com Guilherme Weege (ou Wilhelm Weege em alemão), o homem a quem a ajudou a criar a Malwee Malhas. O casal chegou a Jaraguá do Sul em 1906 abriu a primeira casa comercial da época naquela região.
No início a casa comercial tinha como principal atividade queijaria e açougue. Em 1948, passou a ser Sociedade Anônima sob a direção do filho, Sr. Wolfgang Weege.
Este foi um período de modificações, em que a empresa ampliou e adquiriu um frigorífico e laticínios. Na década de 60, o frigorífico foi fechado e no local, a ideia de ocupar o espaço com uma nova indústria surgiu, optando-se então por implantar uma empresa têxtil.
Em 4 de Julho de 1968 foi fundada a Malwee Malhas, negócio que foi assumido pelo filho do casal Wolfgang, que fez prosperar. Entre as realizações dele está o Parque Malwee.
A lei que determina o nome de dona Bertha como rua é a Lei nº 423 de 1973, sancionada por Eugênio Strebe, prefeito de Jaraguá do Sul na época.
Carmen Piazera Breithaupt (italianos)
Rua Carmen Piazera Breithaupt – Czerniewicz Jaraguaense de nascença, Carmen nasceu dia 14 de junho de 1928, filha de Afonso e Elisabeth Piazera. Foi casada com Hans Breithaupt e tiveram dois filhos, Bruno e Roberto.
Começou a trabalhar na empresa da família quando os filhos foram estudar em Curitiba, em uma época em que poucas mulheres trabalhavam fora, e teve uma atuação notável no comércio da cidade. Foi uma das fundadoras da creche Constância Piazera, onde prestou serviço voluntário por muitos anos. Ela faleceu no dia 11 de fevereiro de 2010.
A lei que determina o nome de Carmen Piazera Breithaupt como rua é a Lei nº 7.242 de 2016, sancionada por Dieter Janssen, prefeito de Jaraguá do Sul da última gestão.
Maria Umbelina da Silva (negros)
Rua Maria Umbelina da Silva – Água Verde
Mãe do pesquisador Emílio da Silva e avó de Eggon João da Silva, veio com a família do fundador da Colônia Jaraguá, o Emílio Carlos Jourdan, engenheiro e coronel honorário do Exército Brasileiro.
Nasceu no dia 28 de maio de 1856, na cidade de Paraty (hoje Araquari). Filha de Manoel Silvestre da Silva e Bárbara Massaneiro. Casou com Alexandre Lopes, em 1879. Canoeiro de profissão, morreu afogado em 1901.
Maria Umbelina casou-se pela segunda vez em 1902, com Antonio Bárbara Castelho, italiano e jardineiro de profissão. Ao todo, ela teve sete filhos e morreu em 18 de setembro de 1949, em Corupá.
O filho Emílio foi um grande pesquisador da história da cidade e também professor do curso primário na Colônia Schröderstrasse, no distrito de Bananal (atual Guaramirim).
A escola, que atendia alunos de baixa renda, foi construída em madeira por ele e um grupo de voluntários e recebeu o nome de “Hercílio Pedro da Luz”.
A lei que determina o nome de Maria Umbelina da Silva como rua é a Lei nº 172 de 1967, sancionada por Victor Bauer, prefeito de Jaraguá do Sul na época.
Ottilia Prim Schmitt (alemães)
Rua Ottilia Prim Schmitt – Barra do Rio Molha
Filha de Pedro Prim e Maria Philippi, Ottilia nasceu em 20 de abril de 1898. Casou-se com Arnoldo Leonardo Schmitt em São Pedro de Alcântara.
Em março de 1916, logo depois do casamento, o casal viajou por quatro dias e se instalou em Jaraguá do Sul, na Rua Walter Marquardt (antiga Estrada Blumenau), onde instalaram o Curtume Jaraguá.
Dona Ottilia teve 18 filhos, 88 netos, 153 bisnetos e 56 trinetos. Foi fundadora da Congregação do Apostolado do Sagrado Coração de Jesus, além de ter sido muito ativa em ações sociais.
Participou de doações de terrenos, onde hoje estão edificados o Colégio São Luís, Hospital e Maternidade São José, Colégio Divina Providência e a paróquia São Sebastião (antigo Salão Cristo Rei).
A lei que determina o nome de Ottilia Prim Schmitt como rua é a Lei nº 7.265 de 2016, sancionada por Dieter Janssen, prefeito de Jaraguá do Sul da última gestão.
Rosália Stenger Ayroso (húngaros)
Rua Rosália Stenger Ayroso – Barra do Rio Cerro
Natural de Jaraguá do Sul, Rosália nasceu em 23 de fevereiro de 1904. Filha de Emmerich Stenguer (austríaco) e Elizabeth Rohl Stenger (húngara), começou a trabalhar desde cedo na roça. Casou-se aos 17 anos, com o jovem professor Antônio Estanislau Ayroso, que lecionava na escola do bairro Jaraguá 99. Os dois tiveram oito filhos.
Sempre foi uma esposa, mãe e dona de casa dedicada, além de ter sido costureira por muitos anos. Ajudava o marido nas festas de escola e na igreja. Ficou viúva cedo e, depois de adoecer, morreu em março de 1990, com 86 anos.
A lei que determina o nome de Rosália Stenger Ayroso como rua é a Lei nº 3.211 de 2002, sancionada por Irineu Passold, prefeito de Jaraguá do Sul na época.
Sofia Pomianowski Lenzi (poloneses)
Rua Sofia Pomianowski Lenzi – Rau
A professora Sofia é uma das mulheres da história de Jaraguá do Sul que podem representar bem a presença dos imigrantes poloneses na cidade. Filha de José Pomianowski (polonês) e Maria Schmidt (alemã), nasceu no dia 20 de junho de 1912, em jaraguá do Sul. Casou-se com Maxchinley Felisberto Graciano Lenzi e teve oito filhos.
Ela foi uma professora de grande reconhecimento e carinho na região. Fez seus exames para professores em Joinville.
Começou a lecionar na escola Francisco de Paulo e, em 1931, foi transferida para a Escola Ribeirão Grande do Norte – nesta época Jaraguá do Sul ainda pertencia a Joinville (emancipação: 26 de março de 1934).
Foi também catequista e exerceu a função de enfermeira. Durante uma crise de malária na região, ela ficou responsável por colher amostras e distribuir remédios enviados pelo Estado, mas trabalhava como voluntária, já que muitas pessoas não podiam pagar as despesas dos hospitais.
Ela morreu em junho de 1998, aos 86 anos de idade, no Hospital e Maternidade Bethesda, que fica em Pirabeiraba, em Joinville.
A lei que determina o nome de Sofia Pomianowski Lenzi como rua é a Lei nº 347 de 2002, sancionada por Irineu Passold, prefeito de Jaraguá do Sul na época…
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